O lugre “ Santa Madalena “
1935 – 1948 ou 1949?
João Alves Cerqueira, Viana do Castelo
1935 – 1948 ou 1949?
João Alves Cerqueira, Viana do Castelo
O lugre "Santa Madalena"
Imagem de autor desconhecido
Imagem de autor desconhecido
Nº Oficial : 93 > Iic.: C.S.Q.W. > Registo : Viana do Castelo
Construtor : Fr. Cerzon, Noya (Galiza), Espanha, 1918
Arqueação : Tab 147,43 to > Tal 113,72 to
Cpmts.: Ff 31,90 mt > Pp 28,62 mt > Bc 7,50 mt > Ptl 3,11 mt
Máq.: Dinamarca, 1935 > 1:Sd > 110 Bhp >
Equipagem : 6 tripulantes
Construtor : Fr. Cerzon, Noya (Galiza), Espanha, 1918
Arqueação : Tab 147,43 to > Tal 113,72 to
Cpmts.: Ff 31,90 mt > Pp 28,62 mt > Bc 7,50 mt > Ptl 3,11 mt
Máq.: Dinamarca, 1935 > 1:Sd > 110 Bhp >
Equipagem : 6 tripulantes
ex lugre “ Galicia “
1918 - 1919
D. M. Linares, Villagarcia de Arosa, Espanha
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1918 - 1919
D. M. Linares, Villagarcia de Arosa, Espanha
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Nº Oficial : -?- > Iic.: H.N.C.P. > Registo : Villagarcia de Arosa
Arqueação : Tab 126,00 to > Tal 103,00 to
Comprimentos : Pp 26,37 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 2,65 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 6 tripulantes
Arqueação : Tab 126,00 to > Tal 103,00 to
Comprimentos : Pp 26,37 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 2,65 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 6 tripulantes
ex lugre “ Fernanda “
1919 -1925
Sociedade Vianense de Cabotagem, Viana do Castelo
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1919 -1925
Sociedade Vianense de Cabotagem, Viana do Castelo
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Nº Oficial : -?- > Iic.: H.F.E.R. > Registo : Viana do Castelo
Arqueação : Tab 135,16 to > Tal 115,88 to
Comprimentos : Pp 32,00 mt > Boca 7,53 mt > Pontal 3,01 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Arqueação : Tab 135,16 to > Tal 115,88 to
Comprimentos : Pp 32,00 mt > Boca 7,53 mt > Pontal 3,01 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
ex lugre “ Fernanda “
1925 - 1927
Bernardo Pinto Abrunhosa, Viana do Castelo
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1925 - 1927
Bernardo Pinto Abrunhosa, Viana do Castelo
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Nº Oficial : 64 > Iic.: H.F.E.R. > Registo : Viana do Castelo
Arqueação : Tab 135,16 to > Tal 115,88 to
Comprimentos : Pp 32,00 mt > Boca 7,53 mt > Pontal 3,01 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Arqueação : Tab 135,16 to > Tal 115,88 to
Comprimentos : Pp 32,00 mt > Boca 7,53 mt > Pontal 3,01 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
A compra do lugre pelo referido armador, foi formalizada a 19 de Julho de 1924, pelo valor de 50.000$00 (escudos), tendo o registo para operar no pequeno trafego costeiro, sido efectuado na Capitania do porto de Viana do Castelo, a 24 de Maio de 1925.
ex lugre “ Fernanda “
1927 - 1931
Herdeiros de Bernardo Pinto Abrunhosa, Viana do Castelo
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1927 - 1931
Herdeiros de Bernardo Pinto Abrunhosa, Viana do Castelo
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Nº Oficial : 64 > Iic.: H.F.E.R. > Registo : Viana do Castelo
Arqueação : Tab 146,95 to > Tal 125,93 to
Comprimentos : Pp 28,62 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 3,11 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Arqueação : Tab 146,95 to > Tal 125,93 to
Comprimentos : Pp 28,62 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 3,11 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Por motivo do falecimento do armador, o lugre foi transferido para a propriedade dos seus herdeiros, que supostamente o mantiveram sob fretamento a João Alves Cerqueira. Já em 23 de Abril de 1931, foi concretizado o negócio de venda do navio, ao operador em exercício, pela importância de 3.000$00 (escudos), a que se seguiu a oficialização do respectivo registo, também para o pequeno trafego costeiro, ainda na Capitania do porto de Viana do Castelo, a 18 de Maio de 1931.
ex lugre “ Fernanda “
1931 - 1935
João Alves Cerqueira, Viana do Castelo
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1931 - 1935
João Alves Cerqueira, Viana do Castelo
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Nº Oficial : 64 > Iic.: H.F.E.R. > Registo : Viana do Castelo
Arqueação : Tab 146,95 to > Tal 125,93 to
Comprimentos : Pp 28,62 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 3,11 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Notícias publicadas na imprensa neste período, como segue :
Arqueação : Tab 146,95 to > Tal 125,93 to
Comprimentos : Pp 28,62 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 3,11 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Notícias publicadas na imprensa neste período, como segue :
Lugre “Fernanda”
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Entrou no dia 1 o lugre "Fernanda", cap. Bazilio Vieira de Carvalho. O barco ficou em seco de popa, no canal da doca e, torcendo, devido à corrente, aproximou a proa do cais, em risco de bater no alicerce do mesmo. Vinte e tantos homens que observavam o risco que o navio corria, preparam-se imediatamente para evitar o embate do barco contra o cais, correndo para ele, dispostos a sofreá-lo com as costas e a pulso. Felizmente não foi preciso isso, visto que de bordo lançaram uma espia para o molhe sul, que aguentou o navio.
A atitude daqueles homens deve-se ao navio pertencer ao sr. João Alves Cerqueira, que tem na maioria dos nossos pescadores verdadeiros amigos. Manifestaram assim a sua gratidão a quem sabe ser amigo do seu amigo e é um grande protector dos necessitados. O sr. João Alves Cerqueira tudo merece, que o digam os seus empregados e nós próprios.
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(In Jornal “Aurora do Lima”, 10 de Janeiro de 1930)
Lugre “Fernanda”
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Este barco da nossa praça, propriedade do nosso bom amigo sr. João Alves Cerqueira, esteve em grande perigo, no alto mar, quando em viagem para Vila Real de Santo António foi acometido pelos temporais de Janeiro. Já ninguém contava com notícias suas, tão violentos e demorados foram esses temporais que tantos naufrágios e vitimas causaram.
Sob a maior tormenta que se tem desencadeado no oceano, o “Fernanda” navegou por esse mar imenso, indo arribar a Gibraltar. O que foi essa viagem relatou-nos o seu capitão, sr. Bazilio Vieira de Carvalho, já experimentado nas lutas do mar e em naufrágios terríveis.
Os marinheiros, exaustos, sem forças, tamanhos haviam sido os esforços de sete dias de luta, navegando sem faróis, pois o temporal não consentia que essa pequena luz abrisse um clarão nas trevas, nem acendessem lume para aquecer uma gota de água que, ingerida, os animasse e lhes tirasse, por um momento que fosse, o frio que os regelava e entorpecia os membros, não descrendo da Fé que os acalenta, imploraram o auxílio da Virgem. E Ela não lhes negou esse auxílio. Protegeu-os. Levou-os a Gibraltar. A entrada do “Fernanda” naquele porto causou admiração a toda a gente, pois custava a crer que um barco quase desmantelado, com os panos em tiras, o cordame e as enxárcias afrouxadas pelo vergar dos mastros, desgornidos os amantilhos, resistisse a tão formidável temporal.
Homens crentes, apegaram-se à Virgem. Cheios de Fé, sob o fuzilar do relâmpago e o ribombar do trovão, quando uma vaga enorme lhes arrebatava um companheiro, que a mesma vaga tornou a colocar no convés, prometeram uma missa à Senhora da Agonia e outra à Virgem da Bonança. E aí andam, percorrendo as ruas da cidade, com a giba colhida e enflorada – a vela que mais resistiu à procela – entoando o Bendito, a pedirem para cumprirem o voto feito à Virgem.
Bendita a Crença!
Abençoada a Fé!
A cerimónia, que é tradicional, comove. Os marinheiros, tal como estavam no mar, na ocasião do perigo, assim pedem. E ninguém lhes nega a esmola. Todos lançam no «sueste» do marinheiro uma moeda ou uma nota para a missa prometida no alto mar, no grande perigo, antes do «fogo de Santelmo» aparecer nos mastros, precedendo a bonança ou trazendo uma esperança ao coração amargurado dos pobres nautas.
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Entrou no dia 1 o lugre "Fernanda", cap. Bazilio Vieira de Carvalho. O barco ficou em seco de popa, no canal da doca e, torcendo, devido à corrente, aproximou a proa do cais, em risco de bater no alicerce do mesmo. Vinte e tantos homens que observavam o risco que o navio corria, preparam-se imediatamente para evitar o embate do barco contra o cais, correndo para ele, dispostos a sofreá-lo com as costas e a pulso. Felizmente não foi preciso isso, visto que de bordo lançaram uma espia para o molhe sul, que aguentou o navio.
A atitude daqueles homens deve-se ao navio pertencer ao sr. João Alves Cerqueira, que tem na maioria dos nossos pescadores verdadeiros amigos. Manifestaram assim a sua gratidão a quem sabe ser amigo do seu amigo e é um grande protector dos necessitados. O sr. João Alves Cerqueira tudo merece, que o digam os seus empregados e nós próprios.
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(In Jornal “Aurora do Lima”, 10 de Janeiro de 1930)
Lugre “Fernanda”
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Este barco da nossa praça, propriedade do nosso bom amigo sr. João Alves Cerqueira, esteve em grande perigo, no alto mar, quando em viagem para Vila Real de Santo António foi acometido pelos temporais de Janeiro. Já ninguém contava com notícias suas, tão violentos e demorados foram esses temporais que tantos naufrágios e vitimas causaram.
Sob a maior tormenta que se tem desencadeado no oceano, o “Fernanda” navegou por esse mar imenso, indo arribar a Gibraltar. O que foi essa viagem relatou-nos o seu capitão, sr. Bazilio Vieira de Carvalho, já experimentado nas lutas do mar e em naufrágios terríveis.
Os marinheiros, exaustos, sem forças, tamanhos haviam sido os esforços de sete dias de luta, navegando sem faróis, pois o temporal não consentia que essa pequena luz abrisse um clarão nas trevas, nem acendessem lume para aquecer uma gota de água que, ingerida, os animasse e lhes tirasse, por um momento que fosse, o frio que os regelava e entorpecia os membros, não descrendo da Fé que os acalenta, imploraram o auxílio da Virgem. E Ela não lhes negou esse auxílio. Protegeu-os. Levou-os a Gibraltar. A entrada do “Fernanda” naquele porto causou admiração a toda a gente, pois custava a crer que um barco quase desmantelado, com os panos em tiras, o cordame e as enxárcias afrouxadas pelo vergar dos mastros, desgornidos os amantilhos, resistisse a tão formidável temporal.
Homens crentes, apegaram-se à Virgem. Cheios de Fé, sob o fuzilar do relâmpago e o ribombar do trovão, quando uma vaga enorme lhes arrebatava um companheiro, que a mesma vaga tornou a colocar no convés, prometeram uma missa à Senhora da Agonia e outra à Virgem da Bonança. E aí andam, percorrendo as ruas da cidade, com a giba colhida e enflorada – a vela que mais resistiu à procela – entoando o Bendito, a pedirem para cumprirem o voto feito à Virgem.
Bendita a Crença!
Abençoada a Fé!
A cerimónia, que é tradicional, comove. Os marinheiros, tal como estavam no mar, na ocasião do perigo, assim pedem. E ninguém lhes nega a esmola. Todos lançam no «sueste» do marinheiro uma moeda ou uma nota para a missa prometida no alto mar, no grande perigo, antes do «fogo de Santelmo» aparecer nos mastros, precedendo a bonança ou trazendo uma esperança ao coração amargurado dos pobres nautas.
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(In Jornal “Aurora do Lima”, 2 de Maio de 1930)
Estamos novamente muito gratos ao amigo sr. Manuel de Oliveira Martins, responsável pelo excelente blog «Mar de Viana», que tinha em seu poder notícias, que em nossa opinião permitem aprofundar e melhorar o conhecimento da vida no mar, das gentes do norte e possivelmente do sul, referentes ao período retratado, bem como usos e costumes duma época, que apesar de ser relativamente recente, está já perdida no tempo.
Ainda não conseguimos encontrar a notícia referente ao naufrágio, que ocorreu sob nevoeiro nas Berlengas, durante o ano de 1948 ou 1949, provocando a eventual destruição do navio.
Estamos novamente muito gratos ao amigo sr. Manuel de Oliveira Martins, responsável pelo excelente blog «Mar de Viana», que tinha em seu poder notícias, que em nossa opinião permitem aprofundar e melhorar o conhecimento da vida no mar, das gentes do norte e possivelmente do sul, referentes ao período retratado, bem como usos e costumes duma época, que apesar de ser relativamente recente, está já perdida no tempo.
Ainda não conseguimos encontrar a notícia referente ao naufrágio, que ocorreu sob nevoeiro nas Berlengas, durante o ano de 1948 ou 1949, provocando a eventual destruição do navio.
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