Lugre-motor “ Oliveirense ”
1938-1941
Empresa de Pesca de Bacalhau do Porto, Lda., Porto
1938-1941
Empresa de Pesca de Bacalhau do Porto, Lda., Porto
O "Oliveirense" entra em Leixões, no final de mais uma campanha
Imagem (c) Fotomar, Matosinhos
Imagem (c) Fotomar, Matosinhos
Nº Oficial : C-125 > Iic.: C.S.K.D. > Registo : Porto
Cttor.: António Maria Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, 1938
Arqueação : Tab 420,71 to > Tal 296,58 to > 8.491 quintais
Cpmts.: Ff 49,60 mt > Pp 44,00 mt > Bc 10,49 mt > Ptl 4,77 mt
Máq.: Otto-Deutz, Alemanha, 1938 > 1:Di > 270 Bhp > 6-8 m/h
Equipagem : 11 tripulantes > 44 pescadores > (47 a 49 dóris)
Capitães embarcados : Manuel Fernandes Pinto (1938 até 1941)
Vendido nos finais de 1941, altera os detalhes para :
Cttor.: António Maria Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, 1938
Arqueação : Tab 420,71 to > Tal 296,58 to > 8.491 quintais
Cpmts.: Ff 49,60 mt > Pp 44,00 mt > Bc 10,49 mt > Ptl 4,77 mt
Máq.: Otto-Deutz, Alemanha, 1938 > 1:Di > 270 Bhp > 6-8 m/h
Equipagem : 11 tripulantes > 44 pescadores > (47 a 49 dóris)
Capitães embarcados : Manuel Fernandes Pinto (1938 até 1941)
Vendido nos finais de 1941, altera os detalhes para :
Lugre-motor “ Oliveirense ”
1942-1965
Soc. Nacional dos Armadores da Pesca do Bacalhau, Lisboa
1942-1965
Soc. Nacional dos Armadores da Pesca do Bacalhau, Lisboa
O "Oliveirense" em Lisboa, na cerimónia de benção da frota
Foto-postal ilustrado de Lisboa não registado - m/ colecção
Foto-postal ilustrado de Lisboa não registado - m/ colecção
Nº Oficial : G-429 > Iic.: C.S.K.D. > Registo : Lisboa
Arqueação : Tab 420,71 to > Tal 296,58 to > 8.491 quintais
Cpmts.: Ff 49,60 mt > Pp 44,00 mt > Bc 10,49 mt > Ptl 4,77 mt
Máq.: Otto-Deutz, Alemanha, 1938 > 1:Di > 270 Bhp > 6-8 m/h
Equipagem : 12/ 14 tripulantes > 44 pescadores > (47 a 49 dóris)
Arqueação : Tab 420,71 to > Tal 296,58 to > 8.491 quintais
Cpmts.: Ff 49,60 mt > Pp 44,00 mt > Bc 10,49 mt > Ptl 4,77 mt
Máq.: Otto-Deutz, Alemanha, 1938 > 1:Di > 270 Bhp > 6-8 m/h
Equipagem : 12/ 14 tripulantes > 44 pescadores > (47 a 49 dóris)
Capitães embarcados : Manuel Fernandes Pinto (1942), João Oliveira e Sousa (1943 e 1944), Manuel Inácio Gaia (1945 e 1946), José Simões Ré (1947 até 1954), José André Senos (1955 até 1959), Carlos Pereira da Bela (1960) e Mário Paulo do Bem (1961 até 1965)
Altera o registo em 1946, para :
Nº Oficial : LX-12-N > Iic.: C.S.K.D. > Registo : Lisboa
Nº Oficial : LX-12-N > Iic.: C.S.K.D. > Registo : Lisboa
O "Oliveirense" em S. João da Terra Nova
Foto do cap. T.H. Goodyear, colecção de Jean Pierre Andrieux
Foto do cap. T.H. Goodyear, colecção de Jean Pierre Andrieux
Naufragou devido a incêndio no Virgin Rocks, Terra Nova, em 10 de Agosto de 1965, conforme explicado no respectivo protesto de mar, como segue:
PROTESTO POR INCÊNDIO E NAUFRÁGIO
Aos oito dias do mês de Agosto de mil novecentos e sessenta e cinco, encontrando-se o lugre motor Oliveirense, do comando do Capitão Mário Paulo do Bem, e pertencente à Sociedade Nacional dos Armadores da Pesca do Bacalhau, com sede em Lisboa, na faina da pesca no Grande Banco, pescando no Virgin Rocks, na posição de quarenta e seis graus e vinte e nove minutos de latitude Norte e na longitude a Oeste de Greenwich de cinquenta graus e quarenta e sete minutos, sucedeu que pelas dezoito horas e trinta minutos locais, estando apenas chegado a bordo cerca de doze botes, se manifestou na casa da máquina, violento e rápido incêndio, tendo aquela ficado imediatamente em chamas, e toda a parte da popa, camarotes, salão e o camarote do Capitão, completamente inundados de espesso fumo.
Acorreu-se imediatamente ao local do incêndio, para combate-lo supondo-se este ter sido originado por um forte curto circuito na instalação eléctrica, tão violento que interrompeu a corrente eléctrica em todo o navio, desenvolvendo-se rápida e tão intensamente o fogo naquele local, o qual começou logo a ser combatido com os recursos existentes a bordo, (extintores), verificando-se, todavia, que todos os esforços empregados neste sentido eram impotentes para debelar o fogo, que se ia alastrando sempre em proporções assustadoras de momento a momento, onde grandes labaredas iam devorando todos aqueles compartimentos e se propagavam a outras partes do navio, impossibilitando a presença humana a bordo. Considerada tão crítica situação pelo Capitão do navio e principais da equipagem, por se irem vendo perdidas as possibilidades de salvação do navio e ainda por ser impossível utilizar a fonia, que se encontrava instalada no camarote do Capitão, resolveram tomar medidas de salvação, e assim reunidos em conselho, os mesmos, Capitão, oficiais e principais da equipagem e de comum acordo, dar ordem de abandono do navio, aos tripulantes que se encontravam a bordo, para o que arriaram as embarcações miúdas, o que fizeram pelas vinte horas locais, e nelas se dirigiram para bordo do navio motor São Jorge, que se encontrava muito perto.
Ao serem vistos de bordo do navio São Jorge os espessos rolos de fumo e labaredas, dirigiu-se de lancha ao Oliveirense, o Capitão do São Jorge, que constatou em presença dos factos estar o navio irremediavelmente perdido. Momentos escassos após a chegada do Capitão do São Jorge, chegou o Capitão do navio Gazela I, que do mesmo modo verificou a impossibilidade de salvação do Oliveirense. A lancha do São Jorge, trouxe então de bordo do Oliveirense o Capitão deste e seus principais da equipagem, que ainda permaneciam a bordo, sendo os últimos a abandonar o navio. Foi o navio abandonado com todos os seus haveres, carga, documentação do navio e individual e todos os haveres e pertences pessoais da tripulação. Era constituída a carga do navio por quatro mil quintais de bacalhau, cento e noventa toneladas de sal limpo de Torrevieja, dez mil quilos de óleo de fígado de bacalhau, dezasseis toneladas de lula fresca canadiana, quatro mil quilos de caras de bacalhau salgadas, oitocentos quilos de línguas de bacalhau, salgadas e quinhentos quilos de samos de bacalhau salgados.
Em face do que fica exposto, em nome dos Armadores deste navio e pessoas outras nele interessadas e no seu carregamento, protesta o Capitão contra o violento incêndio manifestado, inesperada e violentamente a bordo e contra todas as causas supostas e estranhas que lhe deram origem e contra quem de direito for e pertencer, possa, por todos os prejuízos, perdas, danos ou lucros cessantes motivados pelo afundamento deste navio. Reserva-se o Capitão ao direito de alterar ou ampliar, futuramente, este protesto, se assim julgar conveniente.
Em Fé do que se lavrou o presente protesto, que depois de lido em voz alta, e achado conforme, vai ser assinado pelo Capitão do navio e seus principais da equipagem.
Bordo do navio São Jorge, aos nove dias do mês de Agosto de mil novecentos e sessenta e cinco. (Segue-se o reconhecimento e assinam:)
O Capitão; o Imediato; o Primeiro Motorista e o Contra-Mestre
Acorreu-se imediatamente ao local do incêndio, para combate-lo supondo-se este ter sido originado por um forte curto circuito na instalação eléctrica, tão violento que interrompeu a corrente eléctrica em todo o navio, desenvolvendo-se rápida e tão intensamente o fogo naquele local, o qual começou logo a ser combatido com os recursos existentes a bordo, (extintores), verificando-se, todavia, que todos os esforços empregados neste sentido eram impotentes para debelar o fogo, que se ia alastrando sempre em proporções assustadoras de momento a momento, onde grandes labaredas iam devorando todos aqueles compartimentos e se propagavam a outras partes do navio, impossibilitando a presença humana a bordo. Considerada tão crítica situação pelo Capitão do navio e principais da equipagem, por se irem vendo perdidas as possibilidades de salvação do navio e ainda por ser impossível utilizar a fonia, que se encontrava instalada no camarote do Capitão, resolveram tomar medidas de salvação, e assim reunidos em conselho, os mesmos, Capitão, oficiais e principais da equipagem e de comum acordo, dar ordem de abandono do navio, aos tripulantes que se encontravam a bordo, para o que arriaram as embarcações miúdas, o que fizeram pelas vinte horas locais, e nelas se dirigiram para bordo do navio motor São Jorge, que se encontrava muito perto.
Ao serem vistos de bordo do navio São Jorge os espessos rolos de fumo e labaredas, dirigiu-se de lancha ao Oliveirense, o Capitão do São Jorge, que constatou em presença dos factos estar o navio irremediavelmente perdido. Momentos escassos após a chegada do Capitão do São Jorge, chegou o Capitão do navio Gazela I, que do mesmo modo verificou a impossibilidade de salvação do Oliveirense. A lancha do São Jorge, trouxe então de bordo do Oliveirense o Capitão deste e seus principais da equipagem, que ainda permaneciam a bordo, sendo os últimos a abandonar o navio. Foi o navio abandonado com todos os seus haveres, carga, documentação do navio e individual e todos os haveres e pertences pessoais da tripulação. Era constituída a carga do navio por quatro mil quintais de bacalhau, cento e noventa toneladas de sal limpo de Torrevieja, dez mil quilos de óleo de fígado de bacalhau, dezasseis toneladas de lula fresca canadiana, quatro mil quilos de caras de bacalhau salgadas, oitocentos quilos de línguas de bacalhau, salgadas e quinhentos quilos de samos de bacalhau salgados.
Em face do que fica exposto, em nome dos Armadores deste navio e pessoas outras nele interessadas e no seu carregamento, protesta o Capitão contra o violento incêndio manifestado, inesperada e violentamente a bordo e contra todas as causas supostas e estranhas que lhe deram origem e contra quem de direito for e pertencer, possa, por todos os prejuízos, perdas, danos ou lucros cessantes motivados pelo afundamento deste navio. Reserva-se o Capitão ao direito de alterar ou ampliar, futuramente, este protesto, se assim julgar conveniente.
Em Fé do que se lavrou o presente protesto, que depois de lido em voz alta, e achado conforme, vai ser assinado pelo Capitão do navio e seus principais da equipagem.
Bordo do navio São Jorge, aos nove dias do mês de Agosto de mil novecentos e sessenta e cinco. (Segue-se o reconhecimento e assinam:)
O Capitão; o Imediato; o Primeiro Motorista e o Contra-Mestre
P.S.- Por sugestão do amigo Sr. Luís Bonifácio, é possível durante alguns minutos apreciar imagens duma campanha de pesca do “Oliveirense” na Terra Nova. O documentário foi disponibilizado pelo Sr. Enzo Corini, que a propósito regista o seguinte texto:
Uma vida duríssima, os Portugueses na pesca do bacalhau. Depois de uma jornada de pesca, de regresso a bordo para entregar o peixe, os pescadores tinham ainda que limpá-lo, salgá-lo e estivá-lo. O nevoeiro imprevisível e silencioso, cobria tudo e todos, pelo que qualquer pescador de regresso ao lugre, muitas vezes confundia a direcção dos apitos ou o tilintar das sinetas do seu navio. Vagavam assim num oceano, enfrentando o frio e o cansaço, deixando-se andar como sonâmbulos, num prelúdio de morte por desidratação.
Uma vida duríssima, os Portugueses na pesca do bacalhau. Depois de uma jornada de pesca, de regresso a bordo para entregar o peixe, os pescadores tinham ainda que limpá-lo, salgá-lo e estivá-lo. O nevoeiro imprevisível e silencioso, cobria tudo e todos, pelo que qualquer pescador de regresso ao lugre, muitas vezes confundia a direcção dos apitos ou o tilintar das sinetas do seu navio. Vagavam assim num oceano, enfrentando o frio e o cansaço, deixando-se andar como sonâmbulos, num prelúdio de morte por desidratação.
3 comentários:
Caro Reinaldo, no Youtube está, neste endereço, uma filmagem a cores do "Oliveirense", mas não tem qualquer indicação do ano e de quem filmou.
http://www.youtube.com/watch?v=HE6aGuxQRG4&feature=related
Grande Reinaldo
Bonitas imagens P/B do OLIVEIRENSE.
Na primeira foto, o navio deve ter pescado muitissimo pouco. Não é isso, nem mostra pescadores ansiosos de abraçar os seus familiares.
O OLIVEIRENSE já vai em lastro, pois deve ter descarregado os quintais de bacalhau salgado no rio Douro, no lugar da Arrozeira, que foram transportados para a seca da SNAB em Lavadores, e ou foi desembarcar o piloto à bacia do porto de Leixões por qualquer motivo, ou abastecer de gasóleo no Molhe Sul. Normalmente os navios da SNAB saiam do Douro vazios para Lisboa.
Na foto fundeados ao Norte distinguem-se o lugre D. DENIZ e talvez o n/m INACIO CUNHA.
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro
Save se existe uma lists dos membros que estabam no Oliveirense nesse dia em que foi abandonado?
Enviar um comentário