O iate “Santa Margarida”, que naufragou no Atlântico, deu à costa,
em Lagos, com mercadorias, passadas aos direitos alfandegários
Um tanto misteriosamente deu à costa na praia da Curdana, Vila do Bispo, Lagos, um iate abandonado e carregado de mercadorias, especialmente grandes fardos com roupas e certa quantidade de relógios. Imediatamente surgiram suspeitas de se tratar do “Santa Margarida”, que foi abandonado pela tripulação na costa algarvia, a qual foi recolhida pelo cargueiro dinamarquês “Mar Cord” e mais tarde desembarcados em Cascais, suspeitando-se que os seus quatro tripulantes sejam contrabandistas.
Ao fim da tarde de ontem, após ter recebido comunicação de Lagos, a Polícia Marítima de Lisboa certificou tratar-se realmente do “Santa Margarida”, registado na Brigada Naval, em nome de Edmundo Pedro.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 28 de Novembro de 1959)
A Polícia Marítima procura esclarecer o caso do
iate “Santa Margarida”
O caso do barco “Santa Margarida” continua a preocupar a Polícia Marítima, depois de ter sido dado como naufragado, pelos seus quatro tripulantes recolhidos, há dias, por um navio dinamarquês.
Entretanto, e com grande surpresa, o “Santa Margarida” deu à costa perto de Vila do Bispo, na costa algarvia.
Têm sido interrogados pela Polícia os referidos tripulantes, os quais declararam que saíram o estuário do Tejo, na embarcação registada na secção desportiva da Brigada Naval, apenas para dar um passeio.
Embora suspeitando que o barco estivesse a ser utilizado no transporte de mercadorias em contrabando, as autoridades marítimas apenas os processou por terem saído a barra de Lisboa sem autorização da Capitania e por não estarem devidamente encartados.
Quando deu pelo “Santa Margarida” junto à costa, a Guarda-Fiscal da mencionada região algarvia, supôs que fosse uma embarcação estrangeira, por no respectivo registo estarem apenas escritas as letras “B.N.”, que traduziram por «British Navy”. Passada busca, foram encontradas mercadorias avaliadas em cerca de 150 contos e bandeiras inglesas, francesas e portuguesas, supondo-se que eram hasteadas conforme as conveniências da tripulação.
Na Polícia Marítima foi agora ouvida Maria de Lurdes Ricardo de Jesus, mulher de Edmundo Pedro, o proprietário do barco, para explicar a proveniência de uma mala com meias e lenços que o marido trouxera de bordo, quando ele e os seus companheiros foram recolhidos pelo navio dinamarquês. A Maria de Lurdes explicou que esses artigos haviam sido comprados em Espanha durante uma viagem que ela e o marido fizeram ao país vizinho, declarando ainda que tinha um «atelier» de confecções para senhora.
As investigações continuam para completo esclarecimento da situação.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 29 de Novembro de 1959)
Têm sido interrogados pela Polícia os referidos tripulantes, os quais declararam que saíram o estuário do Tejo, na embarcação registada na secção desportiva da Brigada Naval, apenas para dar um passeio.
Embora suspeitando que o barco estivesse a ser utilizado no transporte de mercadorias em contrabando, as autoridades marítimas apenas os processou por terem saído a barra de Lisboa sem autorização da Capitania e por não estarem devidamente encartados.
Quando deu pelo “Santa Margarida” junto à costa, a Guarda-Fiscal da mencionada região algarvia, supôs que fosse uma embarcação estrangeira, por no respectivo registo estarem apenas escritas as letras “B.N.”, que traduziram por «British Navy”. Passada busca, foram encontradas mercadorias avaliadas em cerca de 150 contos e bandeiras inglesas, francesas e portuguesas, supondo-se que eram hasteadas conforme as conveniências da tripulação.
Na Polícia Marítima foi agora ouvida Maria de Lurdes Ricardo de Jesus, mulher de Edmundo Pedro, o proprietário do barco, para explicar a proveniência de uma mala com meias e lenços que o marido trouxera de bordo, quando ele e os seus companheiros foram recolhidos pelo navio dinamarquês. A Maria de Lurdes explicou que esses artigos haviam sido comprados em Espanha durante uma viagem que ela e o marido fizeram ao país vizinho, declarando ainda que tinha um «atelier» de confecções para senhora.
As investigações continuam para completo esclarecimento da situação.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 29 de Novembro de 1959)
Sem comentários:
Enviar um comentário