O naufrágio do patacho "Mercury", em Leça da Palmeira
Sinistro marítimo
Ontem de manhã (14.12.1869) apareceu encalhado ao norte da capela da Boa Nova, em Leça da Palmeira, próximo a Matosinhos, um patacho bacalhoeiro. Era o patacho inglês “Mercury” que vinha de São João da Terra Nova, carregado de bacalhau, consignado aos srs. Noble & Murat.
Tendo garrado com o nevoeiro e calma, o “Mercury” encalhara no sítio acima referido, pelas 2 horas menos um quarto da noite. Quando o vigia da proa deu o sinal de terra, ainda quiseram ver se podiam manobrar para safar o navio, porém nada puderam fazer porque o patacho estava já entre as pedras. A tripulação, que era composta de 8 homens, pôde salvar-se toda por meio de um cabo de vai-vem.
Logo que aqui foi sabida a notícia partiram para o local do naufrágio representantes da casa a quem vinha consignado o navio, vários empregados da alfândega e o patrão-mor da capitania do porto. A tripulação veio ontem para o Porto, conservando-se o capitão no sítio do sinistro.
Ontem de tarde principiaram os trabalhos para ver se podem salvar o massame, a carga e os objectos pertencentes à tripulação, que pouco pôde trazer consigo. Há todas as esperanças disso, porque, segundo consta, o navio já estava ontem de tarde em seco na areia, apesar de ter aberto água. Causava dolorosa impressão o aspecto das vítimas deste sinistro.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 15 de Dezembro 1869)
Tendo garrado com o nevoeiro e calma, o “Mercury” encalhara no sítio acima referido, pelas 2 horas menos um quarto da noite. Quando o vigia da proa deu o sinal de terra, ainda quiseram ver se podiam manobrar para safar o navio, porém nada puderam fazer porque o patacho estava já entre as pedras. A tripulação, que era composta de 8 homens, pôde salvar-se toda por meio de um cabo de vai-vem.
Logo que aqui foi sabida a notícia partiram para o local do naufrágio representantes da casa a quem vinha consignado o navio, vários empregados da alfândega e o patrão-mor da capitania do porto. A tripulação veio ontem para o Porto, conservando-se o capitão no sítio do sinistro.
Ontem de tarde principiaram os trabalhos para ver se podem salvar o massame, a carga e os objectos pertencentes à tripulação, que pouco pôde trazer consigo. Há todas as esperanças disso, porque, segundo consta, o navio já estava ontem de tarde em seco na areia, apesar de ter aberto água. Causava dolorosa impressão o aspecto das vítimas deste sinistro.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 15 de Dezembro 1869)
Desenho de um patacho, sem correspondência ao texto
Identificação provável do patacho “Mercury”
Identificação provável do patacho “Mercury”
Armador: J. Rushton, Liverpool, Nova Scotia, Canadá
Construtor: Desconhecido, Prince Edward Island, 1854
Arqueação: Tab 184,00 tons
Dimensões: Pp 33,38 mts - Boca 6,80 mts - Pontal 3,66 mtrs
Propulsão: À vela
Construtor: Desconhecido, Prince Edward Island, 1854
Arqueação: Tab 184,00 tons
Dimensões: Pp 33,38 mts - Boca 6,80 mts - Pontal 3,66 mtrs
Propulsão: À vela
Patacho “Mercury”
O patacho inglês “Mercury”, que há dias naufragou nas proximidades da praia da Boa Nova ao norte de Matosinhos, foi completamente despedaçado pelo mar na noite de quarta para quinta-feira.
Ainda assim pôde ser salvo o velame, as correntes e 50 quintais de bacalhau, muito avariado, que foi distribuído pelos trabalhadores.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 18 de Dezembro 1869)
Ainda assim pôde ser salvo o velame, as correntes e 50 quintais de bacalhau, muito avariado, que foi distribuído pelos trabalhadores.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 18 de Dezembro 1869)
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