sexta-feira, 24 de maio de 2013

O iate bacalhoeiro “ Duque de Saldanha “


Histórico comercial do iate “ Duque de Saldanha “
1903 – 1909
Armador: Francisco Estêvão Soares, Porto

Este iate faz parte do grupo de navios mandados construir com armação própria para a pesca do bacalhau, logo no início do século XX, tendo estado presente nas campanhas de 1906 a 1909. O “Duque de Saldanha”, tal como a maioria dos navios da frota a navegar nesse período, oferecia poucas condições para a sua utilização na pesca longínqua. Porém, as dificuldades da viagem por força da pequena dimensão dos iates e obviamente do respectivo porão, contrabalançava com o tempo de estadia no mar da Terra Nova, face à realização de campanhas menos prolongadas para, sempre que possível, poderem regressar dos locais de pesca, escapando às épocas de maior turbulência nas condições atmosféricas.
Após o regresso, revelava-se fundamental aproveitar os navios, para paralelamente, com tripulações reduzidas, serem colocados no tráfego de pequena cabotagem, transportando os mais diversos tipos de mercadorias. Foi o tempo da aprendizagem para um largo número de futuros capitães e mestrança, que tão bem representaram as praças nacionais de norte a sul do país, nas campanhas das décadas que se lhes seguiram.

A foto espelha o nível de destruição encontrado na costa,
próximo ao Porto, devido à violência do mar no período da cheia

Nº Oficial: s/n - Iic.: H.B.J.W. - Porto de registo: Porto
Construtor: José Dias dos Santos Borda Júnior, Fão, 05.11.1903
Arqueação: Tab 159,13 tons - Tal 151,17 tons
Dimensões: Pp 31,27 mts - Boca 7,86 mts - Pontal 3,13 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 29 tripulantes e pescadores - 24 canoas
Capitães embarcados: Manuel Gonçalves Vilão (1906 a 1909)

O navio perde-se por naufrágio na grande cheia do rio Douro em Dezembro de 1909. À data da cheia encontrava-se ancorado em Massarelos, tendo-se-lhe partido as amarras no dia 23, seguindo barra fora e logo submergindo. Os destroços do iate foram aparecendo ao longo da linha de costa a norte do rio, até à praia de Lavra, que dista da barra do Douro aproximadamente 8 a 8 milhas e meia.

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