Rei morto, rei posto...
Mandado contruir em 1886, na posição 41º08'41"N 8º40'37"W é uma torre hexagonal de cantaria e eleva-se a 11,5 metros do nível do mar. É visível de 265º a 134º pelo Norte e dispõe desde 1916 de uma luz vermelha permanente de funcionamento automático. Nos dias e noites de nevoeiro, um sino posiciona o farolim, fazendo-se ouvir em grupos de 3 badaladas de 7 em 7 segundos. Em condições de bom tempo, a sua luz garante um alcance de 11 milhas.
Tudo indica que no culminar das obras ainda a decorrer na foz do rio, o farolim de Felgueiras possa desaparecer, levando com ele segredos incontáveis de momentos únicos passados na barra. Foram até à data 122 anos de bons serviços e de fantásticas imagens ali tiradas, orgulhosamente guardadas no arquivo de fotógrafos nortenhos. Neste caso, porventura aconteça a hipótese de demolição, não seria mais um ex-libris da cidade a ser recuperado e ainda que desactivado, vir a ser colocado num recanto ajardinado do forte de S. João?

Novo molhe, novo farolim, já a enfrentar a pequena agitação dum mar de vento. Presença que se espera firme nos dias de grandes ondulações e de alguns temporais, que o futuro promete.
1 comentário:
Olá Reimar
Óptimo texto sobre o Farolim de Felgueiras, também identificado por Farolim da Barra do Douro, colocado no antigo Cais Novo ou Molhe Novo (cais concluído em 1882) aqui na minha “terrinha” e cujo designação lhe foi atribuída por estar junto da pedra denominada de Felgueiras,, que lhe fica fronteira a Oeste, e que o defende da ferocidade das ondas inclementes, que o atravessam de lés a lés, e que já levaram borda fora por incúria alguns destemidos atrevidos.
Eu admirava a coragem dos faroleiros Ricardo e Alfredo, pai e filho, em dias e noites de borrasca seguirem por aquele paredão fora para ligarem a luz ou accionar o sino de nevoeiro, era um verdadeiro destemor e profissionalismo. Mais tarde foi feita ligação, julgo a partir das instalações do Lawn Ténis da Foz e actualmente já com uma ronca, está automatizado e controlado desde o Farol da Boa Nova.
Os pilotos, a fim de avaliarem os jeitos das águas e do mar, particularmente em dias de águas do monte, também se aventuravam a percorrer o paredão, e eu que o diga, porque o meu pai algumas vezes veio a casa mudar de farda. Vá lá que morava aqui a meias com o Farolim Fozeiro.
O velho Farolim vai ser preservado, nem podia deixar de o ser. Agora, possivelmente irá ser desactivado, como ocorrerá com os outros dois farolins locais, quando os novos faróis já colocados nos molhes da nova barra, ficarem activados, porque os enfiamentos passam a ser diferentes.
Saudações entusiasto-maritimas
Um abraço
Rui Amaro
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