O princípio e o fim…!
Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Sob a presidência do Chefe do Estado efectua-se no próximo dia 22, pelas 16 horas, no Arsenal do Alfeite, a cerimónia do lançamento à água do novo navio-hidrográfico que se chamará “D. João de Castro”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 17 de Abril de 1940)
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 17 de Abril de 1940)
O lançamento ao Tejo do navio “D. João de Castro”
Os Srs. Presidente do Conselho, Ministros do Comércio e Indústria e das Obras Públicas e o sub-Secretário de Estado da Guerra, foram, ontem, convidados pelo Sr. Engº. Perestrelo de Vasconcelos, Administrador do Arsenal do Alfeite, a assistir, no dia 22, ao lançamento ao Tejo, do navio “D. João de Castro”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 18 de Abril de 1940)
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 18 de Abril de 1940)
Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Foi dirigido convite a todas as autoridades militares e civis para assistir ao lançamento à água do navio “D. João de Castro”, que se realiza do dia 22 do corrente.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 19 de Abril de 1940)
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 19 de Abril de 1940)
Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
A cerimónia do lançamento à água a que assiste o Chefe do Estado
A cerimónia do lançamento à água a que assiste o Chefe do Estado
No dia 22, realiza-se, o lançamento à água do navio-hidrográfico “D. João de Castro”. Por esse motivo os navios de guerra surtos no Tejo embandeirarão em arco até ao pôr-do-sol.
A esta cerimónia assiste o Sr. Presidente da República, que embarcará no extinto Arsenal de Marinha, às 13 horas e vinte minutos, com destino ao Alfeite. À sua passagem junto dos navios de guerra ser-lhe-ão prestadas pelas respectivas guarnições as honras da ordenança. Na ocasião da entrada na água, do novo navio-hidrográfico, todos os navios de guerra surtos no Tejo darão uma salva de 21 tiros.
A guarda de honra ao Sr. Presidente da República junto à carreira do lançamento, será feita por um corpo de cadetes da Escola Normal e Corpo de Marinheiros a duas companhias, com banda e terno de clarins. Foram convidados os oficiais da Armada a assistir a esta cerimónia.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 20 de Abril de 1940)
A esta cerimónia assiste o Sr. Presidente da República, que embarcará no extinto Arsenal de Marinha, às 13 horas e vinte minutos, com destino ao Alfeite. À sua passagem junto dos navios de guerra ser-lhe-ão prestadas pelas respectivas guarnições as honras da ordenança. Na ocasião da entrada na água, do novo navio-hidrográfico, todos os navios de guerra surtos no Tejo darão uma salva de 21 tiros.
A guarda de honra ao Sr. Presidente da República junto à carreira do lançamento, será feita por um corpo de cadetes da Escola Normal e Corpo de Marinheiros a duas companhias, com banda e terno de clarins. Foram convidados os oficiais da Armada a assistir a esta cerimónia.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 20 de Abril de 1940)
Marinha de Guerra
Foi lançado, ontem, à água o navio "D. João de Castro”,
tendo assistido à cerimónia o Sr. Presidente da República
Foi lançado, ontem, à água o navio "D. João de Castro”,
tendo assistido à cerimónia o Sr. Presidente da República
Com grande cerimonial, realizou-se ontem, de tarde, o lançamento à água do navio-hidrográfico “D. João de Castro”, construído nos estaleiros do novo Arsenal do Alfeite.
A despeito da chuva que caiu durante a tarde, e do mau estado do rio, afluíram àquela margem inúmeras pessoas, entre as quais se notavam as famílias das centenas de operários, que ali trabalham.
À entrada do Arsenal foi prestada guarda de honra ao Sr. Presidente da República por um terço da Brigada Naval do Alfeite. Às 15 horas, forças de Polícia foram dispostas em redor da «carreira», onde se encontrava o novo navio da Marinha de Guerra, pintado de cinzento, com o escudo nacional à proa.
Ladeavam o “D. João de Castro” muitos mastros onde flutuavam bandeiras nacionais e pavilhões da Legião. Junto à proa do navio foi montado um palanque destinado ao chede do Estado, Ministros e altas patentes do Exército. A um canto desse palanque via-se, sobre um cavalete a planta do navio.
Às 16 horas chegou o Sr. Presidente da República acompanhado da sua casa militar e de sua filha Dª Cesaltina Carmona e Costa.
O Sr. General Carmona foi recebido à entrada do recinto das «carreiras» pelos Srs. Ministros da Marinha e da Educação Nacional, sub-Secretário da Guerra, das Corporações e das Obras Públicas, Almirantes Mata e Oliveira, Major-general da Armada, Sarmento Saavedra, Mendes Cabeçadas e Tito de Morais; General Morais Sarmento, Major-general do Exército; adidos militares inglês, italiano e alemão, Engenheiro Perestrelo de Vasconcelos, Administrador do Arsenal do Alfeite; Almirante-engenheiro Haghill, Director Técnico; Dr. Pereira Coutinho, Director Comercial e muitas outras personalidades oficiais, altas patentes e convidados.
Foram prestadas honras e continência ao Chefe de Estado pelas forças da Marinha dispostas junto do recinto, havendo o Sr. General Carmona passado revista à força de Marinha e alunos da Escola Naval.
Uma vez o Sr. Presidente da República na sua tribuna, o Prior de Almada deu a bênção ao navio, do qual foi madrinha a filha do Chede do Estado, Srª. Dª. Cesaltina Carmona e Costa.
Com o cerimonial do costume, e ao som de marchas de guerra, e silvos de navios, o novo navio da esquadra portuguesa começou a deslizar lentamente, e entrou no rio com normalidade.
Depois da cerimónia do lançamento do navio ao mar, o Sr. Presidente da República condecorou com o grau de Cavaleiro de Mérito Industrial, os operários do Arsenal, Manuel Pais Baptista, Luiz Manuel da Costa e Rodrigues Pereira.
O Sr. Director do Arsenal ofereceu à madrinha do “D. João de Castro” um lindo ramo de flores. E logo após a cerimónia do protocolo, o Chefe do Estado retirou-se para Lisboa.
(In jornal ”Comércio do Porto”, terça, 23 de Abril de 1940)
À entrada do Arsenal foi prestada guarda de honra ao Sr. Presidente da República por um terço da Brigada Naval do Alfeite. Às 15 horas, forças de Polícia foram dispostas em redor da «carreira», onde se encontrava o novo navio da Marinha de Guerra, pintado de cinzento, com o escudo nacional à proa.
Ladeavam o “D. João de Castro” muitos mastros onde flutuavam bandeiras nacionais e pavilhões da Legião. Junto à proa do navio foi montado um palanque destinado ao chede do Estado, Ministros e altas patentes do Exército. A um canto desse palanque via-se, sobre um cavalete a planta do navio.
Às 16 horas chegou o Sr. Presidente da República acompanhado da sua casa militar e de sua filha Dª Cesaltina Carmona e Costa.
O Sr. General Carmona foi recebido à entrada do recinto das «carreiras» pelos Srs. Ministros da Marinha e da Educação Nacional, sub-Secretário da Guerra, das Corporações e das Obras Públicas, Almirantes Mata e Oliveira, Major-general da Armada, Sarmento Saavedra, Mendes Cabeçadas e Tito de Morais; General Morais Sarmento, Major-general do Exército; adidos militares inglês, italiano e alemão, Engenheiro Perestrelo de Vasconcelos, Administrador do Arsenal do Alfeite; Almirante-engenheiro Haghill, Director Técnico; Dr. Pereira Coutinho, Director Comercial e muitas outras personalidades oficiais, altas patentes e convidados.
Foram prestadas honras e continência ao Chefe de Estado pelas forças da Marinha dispostas junto do recinto, havendo o Sr. General Carmona passado revista à força de Marinha e alunos da Escola Naval.
Uma vez o Sr. Presidente da República na sua tribuna, o Prior de Almada deu a bênção ao navio, do qual foi madrinha a filha do Chede do Estado, Srª. Dª. Cesaltina Carmona e Costa.
Com o cerimonial do costume, e ao som de marchas de guerra, e silvos de navios, o novo navio da esquadra portuguesa começou a deslizar lentamente, e entrou no rio com normalidade.
Depois da cerimónia do lançamento do navio ao mar, o Sr. Presidente da República condecorou com o grau de Cavaleiro de Mérito Industrial, os operários do Arsenal, Manuel Pais Baptista, Luiz Manuel da Costa e Rodrigues Pereira.
O Sr. Director do Arsenal ofereceu à madrinha do “D. João de Castro” um lindo ramo de flores. E logo após a cerimónia do protocolo, o Chefe do Estado retirou-se para Lisboa.
(In jornal ”Comércio do Porto”, terça, 23 de Abril de 1940)
Imagem do navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Foto-postal da Marinha de Guerra Portuguesa
Identificação do navio “D, João de Castro”
Foto-postal da Marinha de Guerra Portuguesa
Identificação do navio “D, João de Castro”
Nº Oficial: N/ tem - Iic.: C.T.A.J. - Porto de Armamento: Lisboa
Arqueação: Tab 879,55 tons - Tal 221,35 tons
Deslocamento: Std 1.044 to - Normal 1.033 to - Max. 1.330 to
Dimensões: Pp 63,00 mts - Boca 10,00 mts - Pontal 5,25 mts
Arqueação: Tab 879,55 tons - Tal 221,35 tons
Deslocamento: Std 1.044 to - Normal 1.033 to - Max. 1.330 to
Dimensões: Pp 63,00 mts - Boca 10,00 mts - Pontal 5,25 mts
O navio-hidrográfico “D. João de Castro” considera-se perdido
O contra-torpedeiro “Vouga” seguiu, para o local do sinistro
O contra-torpedeiro “Vouga” seguiu, para o local do sinistro
O navio-hidrográfico “D. João de Castro”, uma das nossas mais recentes unidades navais, encalhou, ante-ontem, ficando em posição muito difícil, no litoral da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde, no local designado «Janela», junto do porto aberto a Nordeste da mesma ilha, com aquele nome. O desastre verificou-se quando o navio procedia a trabalhos da sua especialidade, que na generalidade são muito arriscados.
O navio, comandando pelo Sr. Capitão-tenente Augusto Vasconcelos de Sousa, técnico distinto e dos mais competentes oficiais da nossa Marinha de Guerra, encontrava-se naquele arquipélago em funções de levantamento da costa. Sobre o regresso da tripulação ao Continente nada foi ainda determinado concretamente.
Tudo leva a crer que o “D. João de Castro”, dada a má situação em que ficou, só com muita felicidade se salvaria. Novas informações recebidas no Ministério da Marinha, levam à conclusão de que, infelizmente, o navio-hidrográfico se encontra perdido, estando a tripulação a proceder ao maior número de salvados de bordo.
Às 14 horas e quinze minutos de ontem largou do Tejo, com destino às águas de Cabo Verde, o contra-torpedeiro “Vouga”, que segue para o local a fim de prestar a necessária assistência.
Confirma-se que não há desastres pessoais, encontrando-se a tripulação recolhida em casas particulares, em S. Vicente, depois de ter sido conduzida a bordo dos rebocadores, que desde logo seguiram para o local do sinistro. Constituem a guarnição, cerca de 80 tripulantes, oficiais, sargentos e praças.
O “D. João de Castro” foi construído no Arsenal do Alfeite – o primeiro navio a sair daqueles novos estaleiros. A sua quilha foi assente em 29 de Março de 1939 e o seu lançamento à água, com a presença do Sr. Presidente da República e de membros do Governo, verificou-se num dia tempestuoso: 22 de Abril de 1940. Terminada a sua construção, o “D. João de Castro” foi solenemente incorporado ao efectivo da Armada, no dia 20 de Fevereiro de 1941. O seu primeiro serviço foi o levantamento hidrográfico dos fundos numa parte da zona do arquipélago dos Açores, após o que regressou ao Tejo para proceder a reparações nas máquinas, as quais nunca imprimiram ao navio a força prevista no contrato de fornecimento, facto que chegou a ser levado às barras dos tribunais.
O “D. João de Castro” deslocava 1.140 toneladas, mede 67 metros de comprimento, por 10 de largura e 2,90 metros de pontal, tinha a velocidade de 13,5 nós, máquinas com a força prevista de 1.400 Hp; um raio de acção de 5.000 milhas a 10 nós; duas hélices, capacidade para 220 toneladas de nafta e uma equipagem constituída por 9 oficiais e 88 sargentos e marinheiros. O navio podia ser dotado de um pequeno hidro-avião, para cooperar nos trabalhos de levantamentos hidrográficos.
A sua construção no Arsenal do Alfeite foi assinalada pela cunhagem de uma artística medalha, comemorativa, precisamente, da entrega do primeiro navio construído naquele Arsenal.
O “D. João de Castro” custou 17.600 contos e foi autor do seu projecto o Sr. Capitão-de-fragata engenheiro construtor naval Vasco Taborda Ferreira.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 4 de Outubro de 1947)
O navio, comandando pelo Sr. Capitão-tenente Augusto Vasconcelos de Sousa, técnico distinto e dos mais competentes oficiais da nossa Marinha de Guerra, encontrava-se naquele arquipélago em funções de levantamento da costa. Sobre o regresso da tripulação ao Continente nada foi ainda determinado concretamente.
Tudo leva a crer que o “D. João de Castro”, dada a má situação em que ficou, só com muita felicidade se salvaria. Novas informações recebidas no Ministério da Marinha, levam à conclusão de que, infelizmente, o navio-hidrográfico se encontra perdido, estando a tripulação a proceder ao maior número de salvados de bordo.
Às 14 horas e quinze minutos de ontem largou do Tejo, com destino às águas de Cabo Verde, o contra-torpedeiro “Vouga”, que segue para o local a fim de prestar a necessária assistência.
Confirma-se que não há desastres pessoais, encontrando-se a tripulação recolhida em casas particulares, em S. Vicente, depois de ter sido conduzida a bordo dos rebocadores, que desde logo seguiram para o local do sinistro. Constituem a guarnição, cerca de 80 tripulantes, oficiais, sargentos e praças.
O “D. João de Castro” foi construído no Arsenal do Alfeite – o primeiro navio a sair daqueles novos estaleiros. A sua quilha foi assente em 29 de Março de 1939 e o seu lançamento à água, com a presença do Sr. Presidente da República e de membros do Governo, verificou-se num dia tempestuoso: 22 de Abril de 1940. Terminada a sua construção, o “D. João de Castro” foi solenemente incorporado ao efectivo da Armada, no dia 20 de Fevereiro de 1941. O seu primeiro serviço foi o levantamento hidrográfico dos fundos numa parte da zona do arquipélago dos Açores, após o que regressou ao Tejo para proceder a reparações nas máquinas, as quais nunca imprimiram ao navio a força prevista no contrato de fornecimento, facto que chegou a ser levado às barras dos tribunais.
O “D. João de Castro” deslocava 1.140 toneladas, mede 67 metros de comprimento, por 10 de largura e 2,90 metros de pontal, tinha a velocidade de 13,5 nós, máquinas com a força prevista de 1.400 Hp; um raio de acção de 5.000 milhas a 10 nós; duas hélices, capacidade para 220 toneladas de nafta e uma equipagem constituída por 9 oficiais e 88 sargentos e marinheiros. O navio podia ser dotado de um pequeno hidro-avião, para cooperar nos trabalhos de levantamentos hidrográficos.
A sua construção no Arsenal do Alfeite foi assinalada pela cunhagem de uma artística medalha, comemorativa, precisamente, da entrega do primeiro navio construído naquele Arsenal.
O “D. João de Castro” custou 17.600 contos e foi autor do seu projecto o Sr. Capitão-de-fragata engenheiro construtor naval Vasco Taborda Ferreira.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 4 de Outubro de 1947)
O navio-hidrográfico “D. João de Castro”
considera-se definitivamente perdido
considera-se definitivamente perdido
Apesar de todos os esforços no sentido de ser conseguido o salvamento do navio-hidrográfico “D. João de Castro”, nos quais chegou a haver grandes esperanças de êxito, foi reconhecido finalmente, no decorrer dos trabalhos de conjunto que, nesse sentido, estavam a realizar-se no local do encalhe, ser impossível pôr aquela unidade a flutuar, a fim de a rebocar, depois, para um porto de reparação.
As avarias eram graves e tornou-se infrutífera a tarefa que, com o maior interesse, estava a ser levada a efeito para safar o navio. Entretanto, continuam a proceder aos salvados de bordo, tendo sido recolhido lá muito material.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 20 de Outubro 1947)
As avarias eram graves e tornou-se infrutífera a tarefa que, com o maior interesse, estava a ser levada a efeito para safar o navio. Entretanto, continuam a proceder aos salvados de bordo, tendo sido recolhido lá muito material.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 20 de Outubro 1947)