A Companhia Thétis
Logotipo da Companhia em França
É esta a denominação de uma companhia de navegação recentemente organizada no Porto, que se propõe estabelecer uma carreira regular de vapores ou navios de vela entre os portos de Portugal e do Havre.
Pode o futuro contrariar as nossas esperanças acerca da nova empresa, todavia o que pensamos a seu respeito é que ela se organiza numa época favorável à reunião de capitais e que promete bons resultados ao comércio e aos acionistas. O comércio tem nestes últimos tempos tido um aumento considerável, como o provam as estatísticas das nossas alfândegas e aqueles que as tem examinado sabem que a importação de produtos da França se representa na importação geral por uma soma considerável. Atendendo agora a que uma parte muito importante da exportação francesa para Portugal é destinada à praça do Porto, e que os barcos da Companhia Thétis a podem conduzir para aqui directamente, aliviando-a assim do ónus do transporte pela linha férrea e fazendo-a chegar ao Porto com mais rapidez do que vindo em transito por Lisboa, temos justificado o nosso juízo favorável acerca da nascente empresa.
Dos seus estatutos consta o seguinte:
O capital social é de 180:000$000 réis, divididos em acções de 100$000 réis. A emissão de acções será feita por series, sendo a primeira de 60$000 réis. A empresa é de sociedade anónima de responsabilidade limitada. O serviço de navegação será feito por barcos a vapor ou de vela, comprados ou provisoriamente fretados, conforme se julgar mais vantajoso. A administração da empresa será confiada a um gerente, que, durante os seis primeiros anos, será o sr. H. Guichard, instalador da companhia, devendo depois o gerente ser eleito pela assembleia geral. O gerente terá um substituto, que será nos primeiros anos o sr. José Affialo. O gerente terá pelo seu serviço uma comissão de 3 por cento sobre a receita geral e anual da empresa. Haverá um conselho fiscal composto por três membros efectivos e por 3 substitutos. A assembleia geral compõe-se de accionistas de uma ou mais acções, e julgar-se-á constituída logo que o seu número seja de 20 ou mais. A subscrição para esta empresa implica a aprovação de todas as disposições do estatuto.
A mesa da assembleia geral é composta pelos seguintes senhores:
Agostinho Francisco Velho, presidente; António Joaquim de Lima, vice-presidente; José Joaquim Dias Pereira, 1º secretário e José Germano Brandão, 2º secretário.
O conselho fiscal será formado pelos seguintes senhores:
João Ferreira Dias Guimarães, Francisco Ribeiro de Faria e Silva e António Narciso de Azevedo Magalhães.
Os substitutos são os senhores:
Manuel Martins da Cunha, Eduardo Katsenstein e Manuel Francisco de Araújo.
Os subscritores da Companhia Thétis são convidados a ratificarem as suas subscrições até ao dia 10 do corrente, entrando com 5 por cento da importância que subscreveram, no cofre da caixa filial do Banco Comercial de Braga.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 2.10.1873)
É esta a denominação de uma companhia de navegação recentemente organizada no Porto, que se propõe estabelecer uma carreira regular de vapores ou navios de vela entre os portos de Portugal e do Havre.
Pode o futuro contrariar as nossas esperanças acerca da nova empresa, todavia o que pensamos a seu respeito é que ela se organiza numa época favorável à reunião de capitais e que promete bons resultados ao comércio e aos acionistas. O comércio tem nestes últimos tempos tido um aumento considerável, como o provam as estatísticas das nossas alfândegas e aqueles que as tem examinado sabem que a importação de produtos da França se representa na importação geral por uma soma considerável. Atendendo agora a que uma parte muito importante da exportação francesa para Portugal é destinada à praça do Porto, e que os barcos da Companhia Thétis a podem conduzir para aqui directamente, aliviando-a assim do ónus do transporte pela linha férrea e fazendo-a chegar ao Porto com mais rapidez do que vindo em transito por Lisboa, temos justificado o nosso juízo favorável acerca da nascente empresa.
Dos seus estatutos consta o seguinte:
O capital social é de 180:000$000 réis, divididos em acções de 100$000 réis. A emissão de acções será feita por series, sendo a primeira de 60$000 réis. A empresa é de sociedade anónima de responsabilidade limitada. O serviço de navegação será feito por barcos a vapor ou de vela, comprados ou provisoriamente fretados, conforme se julgar mais vantajoso. A administração da empresa será confiada a um gerente, que, durante os seis primeiros anos, será o sr. H. Guichard, instalador da companhia, devendo depois o gerente ser eleito pela assembleia geral. O gerente terá um substituto, que será nos primeiros anos o sr. José Affialo. O gerente terá pelo seu serviço uma comissão de 3 por cento sobre a receita geral e anual da empresa. Haverá um conselho fiscal composto por três membros efectivos e por 3 substitutos. A assembleia geral compõe-se de accionistas de uma ou mais acções, e julgar-se-á constituída logo que o seu número seja de 20 ou mais. A subscrição para esta empresa implica a aprovação de todas as disposições do estatuto.
A mesa da assembleia geral é composta pelos seguintes senhores:
Agostinho Francisco Velho, presidente; António Joaquim de Lima, vice-presidente; José Joaquim Dias Pereira, 1º secretário e José Germano Brandão, 2º secretário.
O conselho fiscal será formado pelos seguintes senhores:
João Ferreira Dias Guimarães, Francisco Ribeiro de Faria e Silva e António Narciso de Azevedo Magalhães.
Os substitutos são os senhores:
Manuel Martins da Cunha, Eduardo Katsenstein e Manuel Francisco de Araújo.
Os subscritores da Companhia Thétis são convidados a ratificarem as suas subscrições até ao dia 10 do corrente, entrando com 5 por cento da importância que subscreveram, no cofre da caixa filial do Banco Comercial de Braga.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 2.10.1873)
Navegação entre o Havre e o Porto
Porto, 2 de Outubro de 1873
Sr. redactor,
Porto, 2 de Outubro de 1873
Sr. redactor,
Sobre a epígrafe “Companhia Thétis” li no noticiário do “Comércio do Porto” de 2 do corrente, uma apreciação sobre as vantagens que esta companhia pode trazer, entre as quais «a de poderem os seus barcos conduzir do Havre directamente para o Porto os produtos de França, aliviando-os assim do ónus do transporte pela linha férrea, fazendo-os chegar ao Porto com mais rapidez do que vindo em transito por Lisboa».
Não venho ajuizar das vantagens que esta companhia pode ou não trazer e tão-somente observar que aquela apreciação nas condições em que se acha, pode deixar crer que não existe outra companhia entre o Havre e Portugal, que envie directamente ao Porto os seus vapores e que aquelas mercadorias com aquela procedência são apenas enviadas em trânsito por Lisboa, e no entanto a “Linha Peninsular”, de que eu sou correspondente nesta cidade, tem expedido do Havre para aqui, desde 2 de Março de 1872 até 27 de Setembro passado, trinta e quatro vapores, tendo apenas deixado de transpor a barra sete por motivos de força maior, estando compreendidos neste numero, o “Constantin”, encalhado na restinga do Cabedelo e o “Ville de Lisbonne” naufragado em Lavra; acontecimentos oportunamente noticiados no seu muito lido jornal.
Enquanto ao ónus do transporte pela linha férrea ou morosidade por esta via de expedição, é quase impossível evitar-se quando força maior defenda a entrada dos vapores na barra do Porto.
Pela pronta publicação destas linhas se reconhece agradecido.
De V.Sa., etc. (ass.) António Maria de Magalhães
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 3.10.1873)
(continua…)
De V.Sa., etc. (ass.) António Maria de Magalhães
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 3.10.1873)
(continua…)
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