domingo, 6 de fevereiro de 2011

História trágico-marítima ( II )


Encalhes e naufrágios

27 de Outubro de 1943 – O afundamento do vapor “ Pádua “ - Causou profunda emoção em todo o país, o afundamento deste navio, por ter chocado com uma mina, ao largo do porto de Marselha.
A morte de seis dos seus 21 tripulantes, a saber: José dos Reis, Manuel Francisco dos Santos, Manuel Carrapichano, António Feliciano de Oliveira, Manuel Soares Canelas e Agostinho Pereira, impressionou especialmente a grande família marítima, entre a qual todos eles eram muito estimados. O navio ia, justamente, investido de uma nobre e benemérita missão: levar encomendas da Cruz Vermelha aos prisioneiros de guerra. Colocado durante os últimos dois anos ao serviço da Cruz Vermelha Internacional, concluía a 19ª viagem àquele porto francês.
Os sobreviventes remaram durante algumas horas com rumo a Marselha, onde foram carinhosamente recebidos e tratados. Regressaram a Lisboa a bordo do vapor “Lobito” da Companhia Colonial de Navegação, que também estava ao serviço da Cruz Vermelha Internacional.
In (Jornal “O Comércio do Porto”, de 1 de Novembro de 1943)

O vapor “ Pádua “
1934 - 1943
Armador: Empresa Marítima do Norte, Lda., Porto

O "Pádua" em Lisboa no início dos anos 40

Nº Oficial: C-110 - Iic.: C.S.G.N. - Registo: Capitania do Douro
Construtor: Norddeutsche Union Werk A.G., Toning, 08.1925
ex “Teeco”, Sir Walter Steamship Co. Ltd., Bristol, 1925-1934
ex “Santo António”, Emp. Marítima do Norte, Porto, 1934
(Navegou com este nome provisoriamente, apenas na viagem desde a Inglaterra até ao rio Douro, entre Outubro e Novembro de 1934. Já no Porto oficializa o respectivo registo de matricula com o nome “Pádua”).
Arqueação: Tab 664,96 tons - Tal 359,21 tons
Dimensões: Ff 56,23 mt - Pp 53,12 mt - Boca 9,02 mt - Ptl 3,91 mt
Máquina: Gorlitz A.G., Alemanha, 1925 - 1:Te - 525 Ihp - 9,5 m/h
Equipagem: 21 tripulantes

O naufrágio acima descrito ocorreu após rebentamento de uma mina, à face da popa do navio, quando se encontrava a cerca de 22 milhas do porto de Marselha. Os náufragos sobreviventes abandonaram o navio nas baleeiras de bordo, tendo sido assistidos pelo pesqueiro francês “Les Quatre Fréres”, que os rebocou até ao porto da localidade de Sausset-les-Pins, na Cote d’Azur, sita a 36 km de Marselha, onde receberam assistência da população.

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