O vapor “ Manaos “
Para facilitar o entendimento sobre o histórico comercial deste vapor, proponho recuarmos até à sua fase anterior, em que esteve ligado ao tráfego costeiro de Moçambique, operado pela Mala Real Portuguesa, conforme notícia editada neste blog a 23 de Julho p.p.
Devido à falência da Mala Real, que antecipava um alargado apoio governamental, na compra dos paquetes utilizados em viagens de longo curso, o governo monárquico da nação viu-se compelido a chamar a si a regularização desses contratos, nomeando para o efeito uma Comissão Administrativa, que durante algum tempo foi responsável pela gestão de recursos.
Como medida de defesa dos valores nacionais, revelou-se imperativo manter os navios em operação para a costa oriental de África nesse período, para mostrar capacidade e autoridade perante a Inglaterra, como resposta ao “Ultimato” de 1891. Nesse interregno a Comissão teria de propor a venda de unidades, em caso de necessidade, para fazer face às despesas, até que fosse possível proceder à completa alienação da companhia, o que viria a confirmar-se nos anos posteriores.
Esses pagamentos foram aligeirados através da venda dos vapores mistos colocados no serviço costeiro da colónia, a saber o “Rovuma”, o “Ibo” e o “Tungue”. Uma das vendas foi contratualizada com o armador J.H. Andresen, do Porto, em 1893, que após a respectiva aquisição rebaptizou o vapor com o nome “Manaos”, para ser utilizado numa carreira regular de ligação entre o rio Douro e o rio Amazonas.
Devido à falência da Mala Real, que antecipava um alargado apoio governamental, na compra dos paquetes utilizados em viagens de longo curso, o governo monárquico da nação viu-se compelido a chamar a si a regularização desses contratos, nomeando para o efeito uma Comissão Administrativa, que durante algum tempo foi responsável pela gestão de recursos.
Como medida de defesa dos valores nacionais, revelou-se imperativo manter os navios em operação para a costa oriental de África nesse período, para mostrar capacidade e autoridade perante a Inglaterra, como resposta ao “Ultimato” de 1891. Nesse interregno a Comissão teria de propor a venda de unidades, em caso de necessidade, para fazer face às despesas, até que fosse possível proceder à completa alienação da companhia, o que viria a confirmar-se nos anos posteriores.
Esses pagamentos foram aligeirados através da venda dos vapores mistos colocados no serviço costeiro da colónia, a saber o “Rovuma”, o “Ibo” e o “Tungue”. Uma das vendas foi contratualizada com o armador J.H. Andresen, do Porto, em 1893, que após a respectiva aquisição rebaptizou o vapor com o nome “Manaos”, para ser utilizado numa carreira regular de ligação entre o rio Douro e o rio Amazonas.
O vapor "Manaos" com registo no Porto
Adaptação da imagem do navio sobre desenho de Luis Filipe Silva
Adaptação da imagem do navio sobre desenho de Luis Filipe Silva
A primeira viagem do vapor para o Brasil, esteve anunciada para o dia 30 de Janeiro de 1894, para o qual recebeu diversa mercadoria, aceitando igualmente passageiros, que dispunham de excelentes condições de viagem oferecidas em 1ª e 2ª classes. Por força de pequenos contratempos, entre os quais as condições de tempo e mar, só permitiram a saída do navio da barra do rio Douro dias depois em 6 de Fevereiro.
As viagens atlânticas foram de curta duração, porque havendo grande necessidade de embarcações para o trafego costeiro no norte do Brasil, levou o actual proprietário a fundar uma empresa associada, designada Sociedade Anónima Armazéns Andresen, que providenciou à adaptação do navio ao tráfego fluvial, tendo acto continuo promovido a alteração do registo, desde quando passa a navegar com a nacionalidade Brasileira.
Mantido neste serviço regular por vários anos, com inegável sucesso, assegurou o transporte de larga quantidade de diversos tipos de mercadorias, tornando-se um dos principais veículos de transporte para muitos emigrantes, que optaram por encontrar residência na capital do estado Amazonense.
As viagens atlânticas foram de curta duração, porque havendo grande necessidade de embarcações para o trafego costeiro no norte do Brasil, levou o actual proprietário a fundar uma empresa associada, designada Sociedade Anónima Armazéns Andresen, que providenciou à adaptação do navio ao tráfego fluvial, tendo acto continuo promovido a alteração do registo, desde quando passa a navegar com a nacionalidade Brasileira.
Mantido neste serviço regular por vários anos, com inegável sucesso, assegurou o transporte de larga quantidade de diversos tipos de mercadorias, tornando-se um dos principais veículos de transporte para muitos emigrantes, que optaram por encontrar residência na capital do estado Amazonense.
O vapor "Manaos" a navegar no rio Amazonas
Reprodução de um quadro a óleo pertença de J.H. Andresen, Sucrs.
De notar as riscas vermelhas singelas na chaminé do vapor,
Reprodução de um quadro a óleo pertença de J.H. Andresen, Sucrs.
De notar as riscas vermelhas singelas na chaminé do vapor,
correspondentes ao registo no Brasil
Na última dessas viagens, o vapor que havia saído de Manaus a 27 de Janeiro de 1910, encalhou a 1 de Fevereiro pelas 2 horas e 45 minutos da tarde na praia de Caruarú, a poucas horas de viagem de Coary. Tudo indica que durante a manobra para sair do porto de Apurá, o navio possa ter colidido com um tronco submerso, que lhe abriu um extenso rombo no porão da proa, por bombordo. Feita de imediato uma peritagem ao casco, foi verificado que no porão de vante já existia uma toalha com meia braça de água, que de forma descontrolada continuava a subir.
Perante o perigo de naufrágio iminente, a decisão foi de avançar com o encalhe do navio na praia mais próxima, o que veio a suceder já com o porão da proa praticamente submerso. Porque o vapor transportava dois pontões levados a reboque, acabaram por possibilitar manter o navio equilibrado nesta fase.
Face ás avarias verificadas no acidente o vapor foi considerado perda total, contudo em função da situação em que se encontrava, permitiu um fácil desembarque de tripulantes e passageiros, que puderam a curto prazo continuar a viagem a bordo do vapor “Perseverança”, da Amazonas Steam Navigation Co., da companhia de navegação Iquitos.
O “Manaos” foi um vapor construído no estaleiro da Sunderland Shipbuilding Co., em Sunderland, Inglaterra, durante o ano de 1887, para a empresa Plymouth, Channel Islands & Britanny Steam Shipping Co., tendo sido baptizado “Plymouth”. Com este nome e sob bandeira Inglesa navegou até 1889, ano em que integrou a frota dos navios da Mala Real Portuguesa, arvorando o pavilhão nacional com o nome “Rovuma”, navegando em águas Moçambicanas até 1893. Em finais desse mesmo ano chegou ao Porto, para dar início a um novo ciclo de viagens, que o colocou à conquista do Atlântico.
Perante o perigo de naufrágio iminente, a decisão foi de avançar com o encalhe do navio na praia mais próxima, o que veio a suceder já com o porão da proa praticamente submerso. Porque o vapor transportava dois pontões levados a reboque, acabaram por possibilitar manter o navio equilibrado nesta fase.
Face ás avarias verificadas no acidente o vapor foi considerado perda total, contudo em função da situação em que se encontrava, permitiu um fácil desembarque de tripulantes e passageiros, que puderam a curto prazo continuar a viagem a bordo do vapor “Perseverança”, da Amazonas Steam Navigation Co., da companhia de navegação Iquitos.
O “Manaos” foi um vapor construído no estaleiro da Sunderland Shipbuilding Co., em Sunderland, Inglaterra, durante o ano de 1887, para a empresa Plymouth, Channel Islands & Britanny Steam Shipping Co., tendo sido baptizado “Plymouth”. Com este nome e sob bandeira Inglesa navegou até 1889, ano em que integrou a frota dos navios da Mala Real Portuguesa, arvorando o pavilhão nacional com o nome “Rovuma”, navegando em águas Moçambicanas até 1893. Em finais desse mesmo ano chegou ao Porto, para dar início a um novo ciclo de viagens, que o colocou à conquista do Atlântico.
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