E quanto maior, pior!...
No ano de 1917 foram construídos 7 navios nos estaleiros do norte do país, para o serviço comercial e pesca longínqua, tendo ainda ocorrido uma reconstrução, porque a frota de pequena cabotagem e longo curso tinha ficado muito depauperada, devido à destruição em massa provocada pelos submarinos alemães.
Terminada a guerra, ainda no ano de 1918, os mesmos estaleiros do norte construíram 19 navios novos, a que se junta a reconstrução de 2 outros navios. Já em 1920, é estabelecido novo recorde com a construção de 31 navios, uma outra reconstrução, caso do lugre "Diamantino", referido em Junho deste ano no blog, aos quais se deve adicionar também mais 8 navios, todos eles em estado de usados, comprados no exterior.
Uma outra reconstrução ocorrida em 1920, que ocorreu a sul, no estaleiro do Barreiro, documentada através da notícia publicada na Ilustração Portuguesa e anexada ao texto, foi a do lugre "Lisboa", que a exemplo dos vários navios com este nome, deve muito provavelmente ter tido uma existência curta e atribulada, a começar pela cerimónia do bota-abaixo.
Características do lugre de 4 mastros "Lisboa"
1920-1923
1920-1923
Nº Oficial: N/s - Iic: N/s - Porto de registo: Lisboa
Armador: Sociedade de Navegação Algés, Lda.
Reconstrutor: Francisco Ferreira, Barreiro, Janeiro de 1920
Arqueação: Tab 532,00 tons - Tal 467,00 tons
Dimensões: Pp 49,45 mts - Boca 9,02 mts - Pontal 5,00 mts
Não me é dado imaginar qual possa ter sido o destino deste navio, mas é um facto não constar na lista de navios portugueses relativos a 1924, pelo que nestas circunstancias devo conseriderá-lo sem rasto.
Entretanto, confirmada que foi a prestimosa colaboração do mestre Manuel Maria Mónica, no sentido de ajudar a tirar o lugre do estaleiro, passamos à história dramática do vapor "Lordello" para entrar nas águas do Douro, cerca de meio ano depois, que pelos motivos a seguir expostos foi duplamente conflituosa.
Armador: Sociedade de Navegação Algés, Lda.
Reconstrutor: Francisco Ferreira, Barreiro, Janeiro de 1920
Arqueação: Tab 532,00 tons - Tal 467,00 tons
Dimensões: Pp 49,45 mts - Boca 9,02 mts - Pontal 5,00 mts
Não me é dado imaginar qual possa ter sido o destino deste navio, mas é um facto não constar na lista de navios portugueses relativos a 1924, pelo que nestas circunstancias devo conseriderá-lo sem rasto.
Entretanto, confirmada que foi a prestimosa colaboração do mestre Manuel Maria Mónica, no sentido de ajudar a tirar o lugre do estaleiro, passamos à história dramática do vapor "Lordello" para entrar nas águas do Douro, cerca de meio ano depois, que pelos motivos a seguir expostos foi duplamente conflituosa.
O vapor “Lordello”
Aproveitando-se as marés vivas, foram ontem novamente feitas tentativas para ser lançado à água o vapor “Lordello”, mas ainda sem resultado.
Para esse efeito foram empregados alguns macacos hidráulicos, sendo conseguido apenas que o vapor deslizasse uns dois metros.
No local compareceu o pronto-socorro dos bombeiros voluntários.
Para hoje novos trabalhos estão preparados, empregando-se o auxílio de um rebocador.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 18 de Junho de 1920)
O vapor “Lordello”, será posto hoje a flutuar
Para esse efeito foram empregados alguns macacos hidráulicos, sendo conseguido apenas que o vapor deslizasse uns dois metros.
No local compareceu o pronto-socorro dos bombeiros voluntários.
Para hoje novos trabalhos estão preparados, empregando-se o auxílio de um rebocador.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 18 de Junho de 1920)
O vapor “Lordello”, será posto hoje a flutuar
Os trabalhos realizados ontem com o vapor “Lordello” deram resultados satisfatórios, pois foi conseguido que ele deslizasse para o rio cerca de 10 metros.
Hoje, na maré da tarde, segundo consta, o “Lordello” ficará a flutuar, quebrando-se o seu encanto. Será assim?...
(In jornal “Comércio do Porto”, Sábado, 19 de Junho de 1920)
Hoje, na maré da tarde, segundo consta, o “Lordello” ficará a flutuar, quebrando-se o seu encanto. Será assim?...
(In jornal “Comércio do Porto”, Sábado, 19 de Junho de 1920)
O vapor “Lordello”, é posto a flutuar
Foi ontem, finalmente, posto a flutuar o vapor “Lordello”.
Depois das primeiras tentativas de há um mês, novos trabalhos se foram realizando há três dias, que só ontem tiveram o seu termo, com bom êxito.
Depois dos trabalhos realizados no estaleiro, que demoraram até às 5 horas da tarde, os rebocadores “Lusitânia” e “Magnete”, que haviam lançado amarretas para o “Lordello”, começaram a puxar pelo casco, que, após várias tentativas, deslizou pelas calhas e entrou totalmente na água singrando até meio do rio.
Na estrada marginal, próximo do estaleiro, grande número de pessoas presenciava os trabalhos, manifestando o seu contentamento quando o “Lordello” navegou até meio do Douro.
No estaleiro estiveram, como medida preventiva, os bombeiros voluntários, com o respectivo material.
O novo vapor ficou fundeado em frente ao estaleiro e em breve irá para junto do cais da Cábrea, a fim de receber o maquinismo e a mastreação.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 20 de Junho de 1920)
As características do vapor não estão disponíveis nos registos nacionais ou nos estrangeiros, daí que o histórico comercial do navio resume-se à identificação do proprietário, a Companhia de Navegação Portuense, à matricula na Capitania do Douro, arqueando cerca de 790,00 toneladas. Por sua vez, a notícia publicada na Ilustração Portuguesa faz constar que o vapor tinha 62,20 metros de comprimento, 11,60 metros de boca e 5,80 metros de pontal.
Fico com muitas dúvidas que o navio tenha navegado em 1921, mas é provável que possa ter realizado uma ou outra viagem no decorrer do ano de 1922. A única certeza, que aponta para ter sido eventualmente abandonado por inavegável, termina desfeito em 1923, na margem sul do rio Douro, em local próximo ao cais da Afurada.
Depois das primeiras tentativas de há um mês, novos trabalhos se foram realizando há três dias, que só ontem tiveram o seu termo, com bom êxito.
Depois dos trabalhos realizados no estaleiro, que demoraram até às 5 horas da tarde, os rebocadores “Lusitânia” e “Magnete”, que haviam lançado amarretas para o “Lordello”, começaram a puxar pelo casco, que, após várias tentativas, deslizou pelas calhas e entrou totalmente na água singrando até meio do rio.
Na estrada marginal, próximo do estaleiro, grande número de pessoas presenciava os trabalhos, manifestando o seu contentamento quando o “Lordello” navegou até meio do Douro.
No estaleiro estiveram, como medida preventiva, os bombeiros voluntários, com o respectivo material.
O novo vapor ficou fundeado em frente ao estaleiro e em breve irá para junto do cais da Cábrea, a fim de receber o maquinismo e a mastreação.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 20 de Junho de 1920)
As características do vapor não estão disponíveis nos registos nacionais ou nos estrangeiros, daí que o histórico comercial do navio resume-se à identificação do proprietário, a Companhia de Navegação Portuense, à matricula na Capitania do Douro, arqueando cerca de 790,00 toneladas. Por sua vez, a notícia publicada na Ilustração Portuguesa faz constar que o vapor tinha 62,20 metros de comprimento, 11,60 metros de boca e 5,80 metros de pontal.
Fico com muitas dúvidas que o navio tenha navegado em 1921, mas é provável que possa ter realizado uma ou outra viagem no decorrer do ano de 1922. A única certeza, que aponta para ter sido eventualmente abandonado por inavegável, termina desfeito em 1923, na margem sul do rio Douro, em local próximo ao cais da Afurada.
Sem comentários:
Enviar um comentário