terça-feira, 26 de abril de 2016

História trágico-marítima (CLXXXVIII)


O naufrágio da barca “Glama”

Por notícias recebidas na cidade do Porto, veio a informação que a barca “Glama” teria naufragado no canal da Florida, em frente de Key West, em Maio de 1905, quando em viagem de Nova Orleães para o Porto, com carregamento de madeira.

A barca "Southern Cross", antes de alterar o nome para "Glama"
Imagem da Photoship.Uk - Foto de autor desconhecido

Características da barca “Glama”
1896-1905
Armador: Glama & Marinho, Lda., Porto
Nº Oficial: N/t - Iic: H.B.L.M. - Porto de registo: Porto
Construtor: Curtis, Smith & Cushman, East Boston, 09.1868
ex “Southern Cross”, Edward Lawrence Jr., Nova York, 1868-1896
Arqueação: Tab 1.139,71 tons = 3.225,270 m3 – Tal 1.087 tons
Dimensões: Pp 53,85 mts - Boca 11,40 mts - Pontal 7,01 mts
Propulsão: À vela
Capitães: Vasco ? (1895 a 1898) e João Simões Paião (1899 a 1905)

Naufrágio
Por telegramas recebidos ante-ontem nesta cidade, soube-se que naufragou em frente de Key West, no canal de Florida, a barca “Glama”, que se perdeu completamente. A tripulação conseguiu salvar-se, sendo-lhe prestados prontos socorros.
A “Glama” vinha em viagem de Nova Orleães para o Porto, com carregamento de aduelas, consignado aos srs. Fonseca Dias & Comandita, desta cidade.
Tanto o carregamento como o casco estavam seguros, aquele numa companhia de Londres e este em outras de Lisboa e Porto.
A barca “Glama” pertencia aos comerciantes da praça do Porto, srs. Glama & Marinho.
(In jornal “Comércio do Porto”, 22 de Maio de 1905)

2 comentários:

Anónimo disse...

Faz-me sempre confusão a classificação de "barca", por vezes aparecem armados com duas velas latinas... Haverá algum motivo para esta ser denominada barca?
obrigado.
cumprimentos,

reimar disse...

Caro amigo e Sr. Luís Henriques,
Em resposta à sua questão, muito pessoalmente terei que lhe responder de duas formas; i.e. sim e não! Sim, porque os veleiros deste tipo recebem a denominação "barkentine" em inglês, ou não o sendo são considerados híbridos. Não, porque face à tipologia utilizada no país, julgo que o navio devia ser considerado um lugre-patacho.
Como exemplo lembro-lhe o caso do navio "Ferreira", ex "Cutty Sark", cuja tipologia o identifica como barca, quando na realidade era também um lugre-patacho.
Muitos cumprimentos,
Reinaldo Delgado