“ - Mulher! Reza a Deus por mim! Dá cá um abraço. Até à volta!
- Que vais fazer Joaquim? Onde vais?
- Tu és surda, diabo? Pois tu não ouves?
- E tua filha, se tu me faltas homem!
- E sabes se os que lá estão em perigo não têm mulher e filhos também?
- Arriba rapazes! Quirino! Carlos! Vamos daí…
Lá foram, no salva-vidas, e de lá voltaram, com um carregamento de desgraçados que iam morrendo. “
Este foi um entre muitos episódios da vida de Joaquim Lopes, patrão do salva-vidas de Lisboa, figura de relevo na história marítima da capital. Nascido em Olhão a 15 de Outubro de 1798, distinguiu-se pelos salvamentos efectuados na barra do Tejo e, interrogado, certo dia, acerca do número de vidas que havia salvo, respondeu:
“ Até trezentas, contei. Depois, não fiz mais caso da contagem! “
Pela sua altruística coragem e abnegação, foi galardoado pelo Rei D. Luís I com o posto de 2º Tenente Graduado, por Decreto de 23 de Agosto de 1866.
Dele deixou Ramalho Ortigão descritos os traços seguintes:“ A sua bela fisionomia seca e aguda, de marítimo de Olhão, sorria numa estranha e penetrante graça, terna e pacificante, como a de certas figuras das merendas de van Ostade, de Jan Steen ou de Pieter Dooch nos familiares e aconchegados quadros dos interiores holandeses “.
Faleceu em Lisboa (Paço de Arcos) a 21 de Dezembro de 1890, tendo o cortejo fúnebre decorrido através das águas do Tejo e depois apeado, até ao Cemitério dos Prazeres, constituindo imponente manifestação popular. Deixou como herança descendentes, que lhe honraram o nome, seguindo exemplarmente a tradição familiar no salvamento de vidas em perigo. In “Anais da Marinha, (Especial), Dezembro de 1942”.
1916-1936 > Iic.: C.T.B.A. > Porto de registo: Lisboa
Cttor.: Rostocker A.G., Rostock, Alemanha, 04.1880
ex.: “Newa” – P. Berg, São Peterburgo, 1880-1916
Tonelagens: Tab 478,66 to > Tal 215,40 to
Cpmts.: Pp 48,00 mt > Boca 8,00 mt > Pontal 4,45 mt
Máq.: Rostocker A.G., 1880 > 1:Te > 500 Ihp > 10 m/h