quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Uma vez poveiro, Poveiro para sempre!


O 85º aniversário da Casa dos Poveiros, no Rio de Janeiro


A Casa dos Poveiros no Rio de Janeiro celebrou 85 anos de existência no passado dia 11 de Janeiro, e o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, fez questão de estar presente nas comemorações.


Antes de partir para o Rio de Janeiro, o edil afirmou da importância da deslocação, para encerrar um capítulo em que devia ter sido feito o devido reconhecimento a um conjunto de pessoas, que muito fizeram pela Póvoa, deixando um património assinalável como a Casa dos Poveiros, tal como ela se apresenta, em representação da cidade no exterior.


Em relação a esta infraestrutura revelou que “a autarquia poveira tem colaborado e ele mesmo será portador de mais uma ajuda para a manutenção da Casa dos Poveiros. Este é um sinal do interesse em manter o património cultural da cidade no Rio de Janeiro e simultaneamente a presença histórica da Póvoa no Brasil”.


O Presidente aproveitou ainda para fazer uma apresentação na Casa dos Poveiros, a mais de 500 pessoas, “daquilo que é a Póvoa de hoje e a do século XXI, que vem sendo preparada”, focalizando-se no “futuro porque é importante que a nova geração tenha esta ideia de modernidade de Portugal e da Póvoa de Varzim, em particular”.


Ainda no âmbito da viagem, Aires Pereira, prestou uma homenagem ao Monsenhor Abílio da Nova, sepultado no Brasil, com a colocação de uma placa na sua campa. Para o Presidente, trata-se de “uma justa homenagem a quem tanto trabalhou e se dedicou à Póvoa. O Município tem obrigação de não o deixar esquecer”, disse.
O Rancho Poveiro também participou nas comemorações do 85º aniversário da Casa dos Poveiros, levando um pouco do cheirinho da nossa terra à comunidade distante. Recorde-se que, fundado em 24 de Junho de 1936, pelo etnógrafo poveiro António dos Santos Graça, tem a finalidade de manter vivos os trajes, danças e cantares dos pescadores, encontrando-se prestes a completar 80 anos de existência.
(Texto transcrito parcialmente a partir das notas produzidas pelo Gabinete de Imprensa, da C.M. da Póvoa de Varzim).

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Navios na Base Naval do Rio de Janeiro


Apreciados à distância!

Durante a visita à Ilha Fiscal, a viagem foi efectuada pelo interior da Base Naval do Rio de Janeiro, onde se encontravam diversos navios de guerra, alguns dos quais formam a esquadra de vigilância costeira e alguns submarinos.
Foram igualmente vistos em trabalhos de manutenção outros navios, uns maiores e outros menores, e entre esses estava também amarrado ao cais o porta-aviões "São Paulo", que julgamos deve ser considerada a principal unidade da Marinha Brasileira.

Corveta V30 "Inhaumá"

Corvetas V31 "Jaceguaí" e V32 "Júlio de Noronha"

Navio G28 NDCC "Mattoso Maia"
(NDCC - Navio de Desembarque de Carros de Combate)

 
Navio patrulha P45 "Guaporé"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Museu Naval do Rio de Janeiro


A Ilha Fiscal

A Ilha Fiscal foi primeiramente denominada Ilha dos Ratos. O nome deriva do grande número de ratos que teriam vindo fugidos das cobras da Ilha das Cobras. Havia, numa outra versão, umas pedras cinzentas espalhadas pela ilha que se assemelhavam a ratos, à distância.
O castelo da Ilha foi projectado pelo engenheiro Adolpho José Del Vecchio, para o Ministério da Fazenda que pretendia ter ali um posto aduaneiro. Del Vecchio, que era diretor de obras do ministério, elaborou um projeto em estilo neo-gótico com inspiração nos castelos do século XIV, em Auvergne, na França.
O projeto foi agraciado com a Medalha de Ouro na exposição da Escola Imperial de Belas-Artes, e foi elogiado pelo Imperador “como um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia”, referindo-se à sua privilegiada localização e à beleza da Baía da Guanabara.
A construção foi executada com extrema qualidade e os profissionais que trabalharam, cada um no seu ofício, merecem destaque: o trabalho em cantaria é de António Teixeira Ruiz; Moreira de Carvalho encarregou-se dos mosaicos do piso do torreão, um trabalho primoroso feito com diversos tipos de madeira. Os vitrais foram importados da Inglaterra, o relógio da torre é de Krussman & Cia.; os aparelhos elétricos da Seon Rode. A pintura decorativa na parede é de Frederico Steckel e as agulhas fundidas foram feitas por Manuel Joaquim Moreira & Cia. O prédio da Ilha Fiscal foi inaugurado no início do ano de 1889 pelo Imperador.
Na revolta da Armada em 1893 a Ilha Fiscal foi bastante danificada por projecteis que atingiram as suas paredes, além de terem danificado os vitrais e os móveis. Depois de alguns anos o prédio foi transferido do Ministério da Fazenda para o Ministério da Marinha, numa troca efectuada em 1913.
O famoso baile da Ilha Fiscal, foi um evento em homenagem à tripulação do couraçado chileno Almirante Cochrane, para cerca de 5 mil convidados. Com essa recepção, o Império reforçava os laços de amizade com o Chile, bem como tentava reerguer o prestígio da Monarquia, tendo ficado bastante abalado pela propaganda republicana. A maior festa até então realizada no Brasil ocorreu pouco após a inauguração da ilha.
Falou-se muito da música (valsa e polca), e do cardápio (uma imensa quantidade de garrafas de vinho e comidas exóticas) dessa festa. O comportamento dos participantes foi largamente explorado (a imprensa da época - século XIX - noticiou que peças íntimas foram encontradas na ilha depois da festa), curiosidades que ainda atraem historiadores actualmente. O luxo e as extravagâncias com que se apresentaram os convidados geraram todo tipo de comentários.
A república foi proclamada seis dias depois do baile, e o Imperador embarcou no mesmo Cais Pharoux de onde partiam os ferry-boats para levar os convidados para o baile. Vale observar que o cais Pharoux, no centro do Rio, hoje é conhecido como Praça Quinze, onde recentemente foram renovadas as escadarias utilizadas no embarque para a Ilha.
Em 2001, o espaço passou por intensos trabalhos de restauração, coordenados pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A partir das obras, foi recuperado o esplendor das pinturas decorativas do tecto, das paredes e do piso de parqué do torreão. Também a parte externa do edifício voltou a exibir a sua cor original.
De quinta a Domingo, visitas guiadas permitem explorar cada canto da construção, uma das preferidas de D. Pedro II. Os salões mais atractivos abrigam exposições temporárias e permanentes, que revelam a história da Ilha e da Marinha, a coleção de vitrais e os trabalhos em cantaria - colunas, arcos, florões e símbolos imperiais.
In “Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro”, 2010

Edifício da Ilha Fiscal - ala esquerda

Edifício da Ilha Fiscal - entrada principal (centro)

Edifício da Ilha Fiscal - ala direita

Uma raríssima bússola portuguesa do século XVII

Edifício da Ilha Fiscal - vitrais (1)

Edifício da Ilha Fiscal - vitrais (2)

Navio-Museu "Bauru" - Relíquia da Iª Grande Guerra Mundial

A navegar ao largo da ilha o ferry "Vital Brazil", utilizado no transporte de passageiros entre Niteroi e o Rio de Janeiro.

E para terminar foi ainda visto em manobras o navio ro-ro "Grande Francia", das linhas Grimaldi, sediadas em Palermo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Museu Naval do Rio de Janeiro


À descoberta do passado

A visita ao Museu Naval do Rio de Janeiro decorreu com surpresas interessantes, num ambiente particularmente acolhedor. Apesar da pequena dimensão do Museu, praticamente limitado ao piso térreo do edifício, o espólio em exposição está perfeitamente enquadrado em diversas épocas da história marítima portuguesa e brasileira.
Na primeira área da mostra transporta os visitantes aos séculos XVI a XVIII, através de modelos de naus, caravelas e galeões, usados nas travessias atlânticas para unir os continentes Americano e Europeu. Seguindo no trajecto proposto, encontram-se estátuas de figuras notáveis da Marinha do Brasil, quadros com imagens de acontecimentos marcantes e entra-se na era da navegação a vapor.
A parte final mostra modelos de navios ainda em serviço, tais como patrulhas, corvetas, fragatas e o actual porta-aviões "São Paulo", simbolizando a capacidade e o poder naval do país.

O Museu Naval da Marinha, no Rio de Janeiro

Modelo de nau do século XVI

Modelo de galeão do século XVI

Modelo naval de um caravelão, da autoria de Paula Tavares Martins. Este tipo de embarcação, já construída no Brasil, foi largamente utilizada na luta contra os franceses, no Maranhão.

Modelo do galeão "São Jorge",
construído por Gastão Menescal Carneiro

Modelo da nau "Martins de Freitas",
construída por Celso de Oliveira Batista
Nau integrada na força naval que transportou a corte portuguesa para o Brasil, e depois classificada como primeira capitânia da esquadra Brasileira, com o nome de "Pedro I"

Reprodução da chegada da família real portuguesa ao Brasil
Pintura assinada por Geoffrey Hunt
Neste quadro está representada a nau "Príncipe Real", com os navios da esquadra portuguesa que a acompanhou, tendo chegado ao Rio de Janeiro em 7 de Março de 1808, transportando o Príncipe Regente Dom João.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Estátua próxima à Praça XV, Rio de Janeiro


O Almirante Negro

João Cândido Felisberto

Mesmo em frente da Base Naval da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, pode ser apreciada a estátua do herói brasileiro, acima representado na imagem, tendo nascido em 1880, na Vila São José, Encruzilhada do Sul, distrito de Rio Pardo, Rio Grande do Sul.
De 22 a 26 de Novembro de 1910 liderou a revolta dos marinheiros, contra as péssimas condições de trabalho e o castigo corporal abolido pela Lei Áurea de 1888.
João Cândido demonstrou liderança e maestria irrepreensível à frente das guarnições e nas manobras na Baía da Guanabara. Desde então ficou conhecido como o "Almirante Negro", líder da revolta da Chibata e depois referenciado na arte musical de João Bosco e Aldir Blanc.
A amnistia política de João Cândido foi sancionada pela Lei Federal Nº 11.756, de 24 de Julho de 2008, pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Morreu em 6 de Dezembro de 1969, no Hospital Getúlio Vargas, na cidade do Rio de Janeiro.