segunda-feira, 28 de outubro de 2013

História trágico-marítima (LXXXIV)


Vapor “Isle of Bute“

Acerca deste vapor, que ainda há pouco sofreu um rombo ao entrar a barra do rio Douro, consta na lista do Lloyd’s o seguinte telegrama expedido de Shields, com data de 13 do corrente:
«O vapor “Isle of Bute”, capitão Sutherland, de viagem para o Porto, arribou neste porto. Refere que, quando ontem se achava à altura de Souter Point, foi encontrada água a entrar no castelo da proa por uma fenda, que se manifestara num dos costados e por uma chapa que havia junto à água. Entrando no rio, abalroou com uma boia, ficando a hélice avariada.
Por essa ocasião garrou, caindo sobre alguns rebocadores, o “Lady Trejedar”, o “Restless”, o “Victoria”, o “Contest” e outros. Foi contratado um rebocador para o arrastar para fora, conseguindo levá-lo para a amarração mais próxima, mas foi de encontro ao vapor “Petersburgo”, batendo-lhe na quadra da popa, fazendo-lhe um pequeno rombo, e sofrendo ele próprio também uma avaria na parte posterior do casco».
(In jornal “O Comércio do Porto”, segunda, 22 de Janeiro de 1883)

Identificação do navio
Armador: T. Danzell, Liverpool, 1875-18??
Nº Oficial: N/t - Iic.: N.T.S.J. - Porto de registo: Liverpool
Construtor: Desconhecido, Port Glasgow, Escócia, 03.1875
Arqueação: Tab 929,00 tons
Dimensões: Pp 63,89 mts - Boca 10,46 mts - Pontal 6,31 mts
Capitão embarcado: Sutherland (1882)

O encalhe do vapor “ Isle of Bute “
O vapor inglês “Isle of Bute” ao demandar a barra do rio Douro encalhou na restinga do Cabedelo; momentos depois safou, seguindo rio acima, sem novidade.
O vapor entrou na barra do rio Douro no dia 28 de Novembro, procedente de Newcastle, em 8 dias de viagem, com um carregamento de carvão consignado a M.F. Rosas.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 29 de Novembro 1882)

Vistoria
Vai ser levado para a praia de Vila Nova de Gaia, a fim de ser vistoriado, o vapor inglês “Isle of Bute”, que como previamente noticiado, encalhou na restinga do Cabedelo quando entrava na barra do rio Douro, presumindo-se que o casco se ache um pouco danificado em resultado daquele incidente.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 2 de Dezembro 1882)

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