Barca “ Oliveira “
10.1894 - 08.11.1899
Armador: José Domingues de Oliveira, Porto
Gravura com a barca "Oliveira" no cais da Ribeira
Desenho de autor desconhecido
O naufrágio
Desenho de autor desconhecido
O naufrágio
Ontem, por volta das 5 horas da tarde, na ocasião em que saía a barra a barca “Oliveira”, pertencente aos srs. José Domingues de Oliveira & Cª., da praça do Porto, ficou à mercê das vagas, em virtude de ter rebentado o cabo de reboque, indo depois encalhar no Cabedelo.
Dado o sinal de navio em perigo, compareceu com grande presteza o pessoal e o material do salva-vidas, estabelecendo em seguida um cabo de vai-vem, pelo qual veio para terra toda a tripulação, que se compunha do capitão sr. João Francisco dos Santos, do piloto sr. José António Cachim, do contra-mestre sr. Francisco Fernandes Bio e de 10 marinheiros.
Não há a lamentar nenhuma desgraça pessoal; apenas o marinheiro José Francisco dos Santos se feriu levemente numa perna, sendo conduzido para a Estação de Socorros a Náufragos, onde ficou.
A barca, que levava carregamento de vinho e outras mercadorias, dirigia-se para Leixões, a fim dali ser desinfectada, devendo seguir depois para Lisboa.
Os pilotos da barra trabalharam corajosamente a fim de arrancar a uma morte certa a tripulação da “Oliveira”. Também prestaram bons serviços os srs. Terra Viana, tenente Pedreira, da Guarda Fiscal; Fernando de Almeida, Mateus de Sousa Fino e grande número de pescadores da Afurada. Compareceram no Passeio Alegre o chefe do departamento marítimo do norte, sr. Pereira Viana e o adjunto sr. Carlos Braga.
Os tripulantes do navio estiveram durante a noite trabalhando no salvamento das suas bagagens.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 9 de Novembro de 1899)
Dado o sinal de navio em perigo, compareceu com grande presteza o pessoal e o material do salva-vidas, estabelecendo em seguida um cabo de vai-vem, pelo qual veio para terra toda a tripulação, que se compunha do capitão sr. João Francisco dos Santos, do piloto sr. José António Cachim, do contra-mestre sr. Francisco Fernandes Bio e de 10 marinheiros.
Não há a lamentar nenhuma desgraça pessoal; apenas o marinheiro José Francisco dos Santos se feriu levemente numa perna, sendo conduzido para a Estação de Socorros a Náufragos, onde ficou.
A barca, que levava carregamento de vinho e outras mercadorias, dirigia-se para Leixões, a fim dali ser desinfectada, devendo seguir depois para Lisboa.
Os pilotos da barra trabalharam corajosamente a fim de arrancar a uma morte certa a tripulação da “Oliveira”. Também prestaram bons serviços os srs. Terra Viana, tenente Pedreira, da Guarda Fiscal; Fernando de Almeida, Mateus de Sousa Fino e grande número de pescadores da Afurada. Compareceram no Passeio Alegre o chefe do departamento marítimo do norte, sr. Pereira Viana e o adjunto sr. Carlos Braga.
Os tripulantes do navio estiveram durante a noite trabalhando no salvamento das suas bagagens.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 9 de Novembro de 1899)
Identificação do navio
Nº Oficial: N/tem - Iic.: H.C.S.T. - Porto de registo: Porto
Construtor: -?-, Bideford, (Prince Edward Island), 07.1881
ex “Parthenia”, William Richards, Charlottetown, 1881-1894
Arqueação: Tab 822,15 tons - Tal 749.00 tons - 2.326,710 m3
Dimensões: Pp 54,71 mts - Boca 10,58 mts – Pontal 6,07 mts
Propulsão: À vela
Capitães embarcados neste navio: David Jenkins (1882/83); Holman (1883/84); David Jenkins (1884 a 1886/87); Tennant (1887/88); Holman (1888 a 1889/1890); Davies (1890 a 1894); João Francisco dos Santos (1894 a 1899)
Construtor: -?-, Bideford, (Prince Edward Island), 07.1881
ex “Parthenia”, William Richards, Charlottetown, 1881-1894
Arqueação: Tab 822,15 tons - Tal 749.00 tons - 2.326,710 m3
Dimensões: Pp 54,71 mts - Boca 10,58 mts – Pontal 6,07 mts
Propulsão: À vela
Capitães embarcados neste navio: David Jenkins (1882/83); Holman (1883/84); David Jenkins (1884 a 1886/87); Tennant (1887/88); Holman (1888 a 1889/1890); Davies (1890 a 1894); João Francisco dos Santos (1894 a 1899)
Anúncio que antecede a viagem para o Brasil
A barca “Oliveira”
Durante a noite de ante-ontem para ontem o mar desfez completamente o casco da barca “Oliveira”, que encalhou ante-ontem no Cabedelo quando saía a barra. Os destroços do navio, bem como muitos barris de vinho, que faziam parte do carregamento, têm sido arrojados à praia.
O sr. Conselheiro Malheiro Dias, director da alfândega do Porto, esteve ontem no Cabedelo dando providências sobre a arrecadação dos salvados. O carregamento da “Oliveira” era importantíssimo, pois além de 1.500 pipas de vinho em barris, constava de outras mercadorias, tudo no valor de cerca de 150:000$000 réis.
A perda da barca “Oliveira” não é lamentável só pelos prejuízos imediatos que causa. É também lamentável pelos transtornos que ocasiona ao comércio da praça do Porto, o qual se aproveitara daquele navio para fazer conduzir mercadorias que haviam de levar ao Brasil o primeiro abastecimento de géneros portugueses, depois da crise angustiosa que a praça do Porto tem atravessado.
Quanto mais demora houver na recepção de géneros portugueses no Brasil, mais tempo ficarão abertos os mercados brasileiros aos produtos de outros países, que nos fazem vivíssima concorrência.
É, pois, muito lamentável que se inutilizasse essa prometedora tentativa do comércio portuense, no intuito de restabelecer as exportações para o Brasil.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 10 de Novembro de 1899)
O sr. Conselheiro Malheiro Dias, director da alfândega do Porto, esteve ontem no Cabedelo dando providências sobre a arrecadação dos salvados. O carregamento da “Oliveira” era importantíssimo, pois além de 1.500 pipas de vinho em barris, constava de outras mercadorias, tudo no valor de cerca de 150:000$000 réis.
A perda da barca “Oliveira” não é lamentável só pelos prejuízos imediatos que causa. É também lamentável pelos transtornos que ocasiona ao comércio da praça do Porto, o qual se aproveitara daquele navio para fazer conduzir mercadorias que haviam de levar ao Brasil o primeiro abastecimento de géneros portugueses, depois da crise angustiosa que a praça do Porto tem atravessado.
Quanto mais demora houver na recepção de géneros portugueses no Brasil, mais tempo ficarão abertos os mercados brasileiros aos produtos de outros países, que nos fazem vivíssima concorrência.
É, pois, muito lamentável que se inutilizasse essa prometedora tentativa do comércio portuense, no intuito de restabelecer as exportações para o Brasil.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 10 de Novembro de 1899)
O naufrágio da barca “Oliveira”
Terminou ontem a arrematação dos salvados da barca “Oliveira”, ultimamente naufragada no Cabedelo, como é sabido. O produto total da arrematação foi de 7:500$000 réis.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 24 de Novembro de 1899)
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 24 de Novembro de 1899)
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