terça-feira, 14 de maio de 2013

O lugre bacalhoeiro " América "


Histórico comercial do lugre "Infante" ex “América“
1934 – 1940
Armador: Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., Porto
2ª Parte

= Detalhes do lugre conforme a lista de navios de 1935 =
Nº Oficial: C-111 – Iic.: C.S.L.I. – Porto de registo: Porto
Arqueação: Tab 322,29 tons - Tal 248,29 tons
Dimensões: Pp 41,04 mts - Boca 9,48 mts - Pontal 3,73 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 9 tripulantes

= Detalhes do lugre conforme a lista de navios de 1936 =
Nº Oficial: C-111 – Iic.: C.S.L.I. – Porto de registo: Porto
Arqueação: Tab 319,63 tons - Tal 225,88 tons
Dimensões: Pp 42,24 mts - Boca 9,48 mts - Pontal 3,70 mts
Propulsão: Máquina Sulzer - 1:SDi - 2:Ci - 160 Bhp - 300 Rpm
Equipagem: 9 tripulantes
Capitães embarcados: Manuel Nunes Guerra (1935 até 1938)

A partir de 25 de Julho de 1938 o lugre foi considerado incapaz para continuar a operar na pesca longínqua, devido ao incêndio ocorrido a bordo, na véspera, motivo que levou à sua venda. Em 1939, depois de sujeito a grande reparação já se encontrava matriculado na praça de Lisboa, no serviço comercial, em nome da Mercearia Pestana dos Santos, Lda., de Lisboa, com novas características.

Explosão a bordo
Às 19 horas de hoje, quando estava acostado à muralha, onde estão os depósitos de gasolina da Shell, com um navio bacalhoeiro a carregar, o fogueiro José Figueira, andava com uma vela acesa com o intuito de averiguar se os depósitos do lugre já se encontravam repletos daquele combustível. Nessa ocasião deu-se uma explosão seguida de incêndio Foram prestados os respectivos socorros e como perigassem os depósitos de gasolina que se encontravam próximo, o barco foi rebocado para o Barreiro, onde continuou o incêndio a bordo, devendo por esse facto ser encalhado. O sr. José Figueira recolheu ao hospital de S. José, muito queimado no rosto.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 25 de Maio de 1938)

= Detalhes do lugre conforme a lista de navios de 1939 =
Nº Oficial: G-394 – Iic.: C.S.L.I. – Porto de registo: Lisboa
Arqueação: Tab 324,26 tons - Tal 260,74 tons
Dim.: Ff 49,14 mt - Pp 42,24 mt - Boca 9,49 mt - Pontal 3,80 mt
Propulsão: Máquina Sulzer - 1:SDi - 2:Ci - 160 Bhp - 300 Rpm
Equipagem: 11 tripulantes
O lugre naufragou após colisão, no dia 8 de Janeiro de 1940.

Afundou-se o lugre “Infante”
Olhão, 10 – Em Sagres, segundo informações aqui hoje recebidas, dão conta do naufrágio do lugre “Infante”, da praça de Lisboa. Parece que há muitos mortos.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 11 de Janeiro de 1940).

O veleiro português “Infante” abalroou com um cargueiro francês,
sendo a tripulação salva a muito custo
Bordéus, 12 – O veleiro português “Infante” de 400 toneladas, abalroou, ao largo do Cabo Finisterra, com o cargueiro francês “Congo”. A tripulação do veleiro embarcou num escaler e, depois de muitos esforços, - o mar estava agitadíssimo – conseguiu aproximar-se do “Congo”, que a recolheu. Esta manhã desembarcaram em Bordéus 11 tripulantes.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 12 de Janeiro de 1940)

Imagem do vapor "Congo" - Foto de autor desconhecido

O navio “Congo” ex “Saint Michel”, foi construído nos Ateliers & Chantiers de France, Dunquerque, em Fevereiro de 1914. Era propriedade da Compagnie Navale d’Afrique du Nord, encontrando-se registado no porto do Havre. Arqueava 5.202 toneladas de registo bruto e tinha 107,40 metros de comprimento. O armador atrás referido vendeu o navio em 1942, desde quando recebe nova matricula.

O naufrágio do "Infante" - Quatro tripulantes de Viana do Castelo
Viana do Castelo, 12 – Por telegrama aqui recebido, sabe-se que foi salva a tripulação do lugre português “Infante”, que apareceu voltado ao largo do Cabo Finisterra.
Como não havia notícias sobre os tripulantes, as famílias viviam já em intensa desolação. Os tripulantes Jerónimo Luís Fernandes, de 47 anos; Venâncio da Silva, de 38 anos; António Gonçalves, de 18 anos e Pascoal dos Santos, residem na cidade. A notícia do salvamento da tripulação do “Infante” foi, por isso, recebida com muito jubilo em Viana do Castelo.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 12 de Janeiro de 1940)

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