domingo, 2 de junho de 2013

Resumo histórico do lugre "Serrão"


Nova embarcação
Ante-ontem, pelas 3 horas e meia da tarde, queimando-se girandolas de foguetes foi lançado ao rio Douro, dos estaleiros de Gaia, o novo lugre “Serrão”, de 500 toneladas de registo, medindo 34,80 metros de quilha por 8,80 metros de boca e 3,70 metros de pontal. A nova embarcação, embandeirada em arco, deslisou na água com a maior felicidade, assistindo ao acto de lançamento numerosíssimas pessoas, tanto no local como na margem oposta. É comandante do novo lugre, feito nos estaleiros do sr. José da Silva Lapa, o sr. Manuel Pereira Ramalheira, natural de Ílhavo. O “Serrão” foi mandado construir pelo armador de navios, da praça de Lisboa, sr. Manuel Pereira Serrão.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 12 de Dezembro de 1916)

Histórico comercial do lugre “Serrão”
1916-1916
Armador: Manuel Pereira Serrão, Lisboa

Um dos muitos lugres portugueses ainda não identificado
= Imagem sem correspondência ao texto =

Nº Oficial: 484-A - Iic.: H.P.R.W. - Porto de registo: Lisboa
Construtor: José da Silva Lapa, Vila Nova de Gaia, 10.12.1916
Arqueação: Tab 221,25 tons - Tal 210,19 tons
Dimensões: Pp 35,10 mtrs - Boca 8,40 mts - Pontal 2,80 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 7 tripulantes
Capitães embarcados: Manuel Pereira Ramalheira (1916 e 1917)

Navio empregue nas viagens de comércio de longo curso, tem um percurso relativamente curto, quando esteve matriculado em Lisboa, tendo sido posto à venda ainda em 1916, eventualmente devido à entrada do país em guerra com a Alemanha, sendo adquirido pela empresa J. Mourão & Cª, do Porto, que acto contínuo lhe renova a matrícula na capitania do porto do Douro, rebatizando-o com o nome “Guadiana”.

Histórico comercial do lugre “Guadiana”
1917-1917
Armador: J. Mourão & Cª., Porto

Nº Oficial: A-186 - Iic.: H.G.U.A. - Porto de registo: Porto
Arqueação: Tab 325,65 tons - Tal 271,62 tons
Dimensões: Pp 35,10 mtrs - Boca 8,40 mts - Pontal 2,80 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 7 tripulantes

E se o lugre não teve um bom aproveitamento enquanto matriculado em Lisboa, a sorte foi-lhe nefasta também no período em que esteve registado no Porto, devido ao ataque que lhe foi movido pelo submarino alemão UC-44, sob o comando do capitão Kurt Tebbenjohanns, em 5 de Março de 1917. Depois de mandado parar, dinamitado e incendiado no canal de Bristol, quando o navio efetuava a sua primeira viagem com origem no rio Douro, navegando com destino a Cardiff, carregado com madeira, foi metido a pique ao encontro das profundezas do oceano.

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