quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Navios da pesca do bacalhau


A campanha de 1945

O arrastão "Álvaro Martins Homem" à chegada ao porto de Leixões
Imagem Fotomar

Em meados do mês de Março a campanha já tinha sido iniciada pelos arrastões da S.N.A.B. “Álvaro Martins Homem” (1940/1983-1250/623T) e “João Corte Real” (1940/1974-1.250/623T), tendo ambos os navios sido classificados pelo primeiro grupo de navios a participar na pesca. Segundo informações recebidas de ambos os arrastões, chegaram notícias que a pesca correu de feição e que as tripulações se encontravam bem de saúde.
Entretanto, no mesmo período e já em Lisboa, em aprestos finais, achavam-se os arrastões da Empresa de Pesca de Aveiro “Santa Joana” (1936/1982-1.198-621T) e “Santa Princesa” (1930/1994-1.188/621T), que constituíram o segundo grupo de navios a sair com destino à Terra Nova.
Este ano a frota foi aumentada pela participação de diversos navios já construídos ou na fase final de construção, a saber: os lugres “Maria Frederico” (1944/1952-469/340T), “Inácio Cunha” (1945/1966-775/495T) e “Viriato” (1945/1963-625/399T) e pelos arrastões “João Álvares Fagundes” (1945/1965-1.270/657T) e “Pedro de Barcelos” (1945/1983-1.269/660T). Os últimos quatro navios eram os que ainda se encontravam em estaleiro, tendo sido lançados à água nos meses seguintes. Alguns destes arrastões efetuaram uma segunda campanha de pesca, que teve início no mês de Julho.
Regressou à pesca longínqua, depois de ter sido mantido durante algum tempo a operar no serviço comercial, o lugre “Senhora da Saúde” (1935/1952-356/272T) e da mesma forma integrou a frota o lugre “Paços de Brandão” (1934/1951-187-135T), após ter recebido considerável reparação, encontrando-se completamente transformado.
Apesar do aceitável número de unidades disponíveis, continuaram a ser construídos mais navios nos estaleiros da Gafanha e da Figueira da Foz. Foi feito o possível para que esses navios pudessem igualmente participar na campanha deste ano, mas o atraso na entrega dos motores encomendados no estrangeiro, só permitiram o seu lançamento à água ainda em 1945, mas tarde demais para ser possível a sua utilização. Outro dos navios que também não esteve disponível para navegar, foi o navio-motor “Comandante Tenreiro”, devido ao incêndio ocorrido no rio Douro, tendo obrigado à sua paralisação durante vários meses.
O lugre “Louzado” (1945/1953-224-149T) ex “Adele”, ex “Alcion”, após recente motorização, voltou aos bancos após ter recebido novo batismo, por troca de proprietário. Merecem ainda referência dois outros navios, os lugres “Novos Mares” (1938-1956-434/335T) e o “Groenlândia” (1935/1957-442/311T), que armaram num curto período de tempo, por terem efectuado viagens de comércio ao Brasil e à Argentina. Tendo em linha de conta os regressos em finais de Março, terão certamente conseguido acompanhar o resto da frota, que navegou para a Terra Nova no decorrer do mês de Abril.

1 comentário:

Rui Amaro disse...

Ahoy Meine Kommandant
Recordo.me das primeiras entradas dos arrastões da SNAB, ALVARO MARTINS HOMEM, JOÃO CORTE REAL, JOÃO ALVARES FAGUNDES e o PEDRO DE BARCELOS que vinham descarregar o "fiel amigo" no rio Douro, lugar do Lugan, para secagem na seca de Lavadores, eram uma novidade, se bem o SANTA JOANA e o SANTA PRINCESA já demandassem o rio Douro desde de alguns anos, estes dois amarravam no lugar do Cavaco, a guardar boa maré na barra de Aveiro.
Todos ele mesmo pintados de negro eram bonitos