sábado, 21 de abril de 2012

Quebra-cabeças ( II )


O ex-voto do lugre-patacho “Gaya“


Em continuação do texto anterior, fomos à procura de outro navio, representado num painel votivo, adivinhando pelo estado em que se encontra tratar-se de navio com uma construção bem mais antiga, coincidente apenas na matrícula da praça do Porto, muito embora o capitão de nome Júlio Francisco Magano, não nos deixe dúvidas quanto à sua naturalidade e bem assim como a de outros membros da equipagem.
A falta de outros elementos não me permite neste momento, afirmar com rigor qual o ano em que este lugre-patacho embandeirou em português, visto ser de construção escocesa, muito embora após uma breve consulta aos registos tenha verificado ter sido em data posterior a 1882.
Nesta conformidade, o lugre-patacho “Gaya” foi construído num estaleiro do porto de Kingston, que é uma localidade situada no noroeste da Escócia, durante o ano de 1877. Confirmado o registo na praça do Porto, foi seu proprietário o sr. Constantino Pereira dos Santos. O navio arqueava 241,03 toneladas de registo bruto e deslocava 682,102 m3 de mercadoria. Não estão disponíveis as respectivas dimensões, bem como também se ignora qual o nome do baptismo de origem.
A lacuna que limita o conhecimento de mais informações sobre o navio, agrava-se ainda pelo facto do lugre ter sido vendido em 1900 a um armador inglês, não identificado, pelo que muito lamentavelmente perde-se-lhe o rasto. Fica porventura a garantia que o capitão ilhavense Júlio Magano, deve ter sido o responsável pelo comando do navio, durante os vários anos em que o lugre-patacho navegou com a bandeira nacional.

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