A cerimónia da bênção dos lugres bacalhoeiros, em 1940
Navios no Tejo, durante a cerimónia da bênção
Realiza-se no Domingo, com grande solenidade, a bênção
dos lugres que vão partir para a Terra Nova e Gronelândia
Realiza-se no Domingo, com grande solenidade, a bênção
dos lugres que vão partir para a Terra Nova e Gronelândia
Na Junqueira, em frente ao Tejo, efectua-se no Domingo, às 10 horas e meia, bênção dos lugres bacalhoeiros da frota portuguesa que estão de largada para os mares da Terra Nova e Gronelândia, com alguns milhares de pescadores.
Diferente dos anos anteriores, esta cerimónia será imponentíssima. No local designado entre a Geradora Eléctrica e os terrenos da Exposição do Mundo Português, está a ser levantado um altar no qual o rev.mo Bispo de Macau, em substituição do Ex.mo Cardeal Patriarca, ausente de Lisboa, celebrará missa campal. O altar é circundado por múltiplas bandeiras e plantas decorativas e tem ao fundo e ao centro uma grande cruz que dominará todo o conjunto da ornamentação, a terra em volta e as águas em frente.
À cerimónia assistem os Srs. Ministro da Marinha e do Comércio e Indústria, Sub-Secretário de Estado das Corporações, oficiais generais da Armada, do Exército, comando superior da «Legião Portuguesa», organismos corporativos e direcções dos Sindicatos Nacionais de Lisboa. Forças da «Brigada Naval» e da «Mocidade Portuguesa» com bandeiras e aquela com banda de música prestarão a guarda de honra ao altar.
Em frente, no Tejo, estão fundeados os lugres embandeirados em arco. As tripulações, cerca de um milhar de homens com os seus característicos trajes de pescadores, desembarcarão e assistirão com os capitães e mestres dos barcos à missa campal.
Finda esta, o rev.mo Bispo de Macau seguirá até à beira-rio sobre uma passadeira e dali fará a bênção aos lugres bacalhoeiros.
Neste momento serão largados 4.000 pombos-correios, iniciativa do Clube Columbófilo de Portugal. A cerimónia terá assim particular relevo, beleza e emoção. À tarde os lugres começarão a largar do Tejo para a campanha de 1940.
As entidades oficiais têm junto do altar um recinto especialmente reservado. Para a cerimónia de Domingo também serão distribuídos convites durante os dias de hoje e de amanhã no Grémio dos Armadores dos Navios da Pesca do Bacalhau e na sede da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 18 de Abril de 1940)
Diferente dos anos anteriores, esta cerimónia será imponentíssima. No local designado entre a Geradora Eléctrica e os terrenos da Exposição do Mundo Português, está a ser levantado um altar no qual o rev.mo Bispo de Macau, em substituição do Ex.mo Cardeal Patriarca, ausente de Lisboa, celebrará missa campal. O altar é circundado por múltiplas bandeiras e plantas decorativas e tem ao fundo e ao centro uma grande cruz que dominará todo o conjunto da ornamentação, a terra em volta e as águas em frente.
À cerimónia assistem os Srs. Ministro da Marinha e do Comércio e Indústria, Sub-Secretário de Estado das Corporações, oficiais generais da Armada, do Exército, comando superior da «Legião Portuguesa», organismos corporativos e direcções dos Sindicatos Nacionais de Lisboa. Forças da «Brigada Naval» e da «Mocidade Portuguesa» com bandeiras e aquela com banda de música prestarão a guarda de honra ao altar.
Em frente, no Tejo, estão fundeados os lugres embandeirados em arco. As tripulações, cerca de um milhar de homens com os seus característicos trajes de pescadores, desembarcarão e assistirão com os capitães e mestres dos barcos à missa campal.
Finda esta, o rev.mo Bispo de Macau seguirá até à beira-rio sobre uma passadeira e dali fará a bênção aos lugres bacalhoeiros.
Neste momento serão largados 4.000 pombos-correios, iniciativa do Clube Columbófilo de Portugal. A cerimónia terá assim particular relevo, beleza e emoção. À tarde os lugres começarão a largar do Tejo para a campanha de 1940.
As entidades oficiais têm junto do altar um recinto especialmente reservado. Para a cerimónia de Domingo também serão distribuídos convites durante os dias de hoje e de amanhã no Grémio dos Armadores dos Navios da Pesca do Bacalhau e na sede da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 18 de Abril de 1940)
O Bispo de Macau lançou, ontem, a bênção aos lugres
portugueses que vão partir para a Terra Nova e Gronelândia
portugueses que vão partir para a Terra Nova e Gronelândia
Perante uma multidão de muitos milhares de pessoas, o Sr. Bispo de Macau lançou ontem de manhã a bênção aos lugres e arrastões portugueses que vão para a Terra Nova e Gronelândia.
A cerimónia teve grandiosidade. O local estava lindamente decorado com dezenas de bandeiras nacionais, da «Legião» e da «Mocidade Portuguesa». Ao fundo do altar, sobre o qual se elevava uma grande cruz, via-se um friso de galhardetes brancos com a Cruz de Cristo. Em volta, contingentes da «Brigada Naval» e «Mocidade» faziam a guarda de honra.
Diante do altar, dois lindos tapetes em flores naturais reproduziam a Cruz de Cristo. Uma decoração de flores completava o encanto do cenário.
A multidão começou a chegar pelas 9 e meia e às 10 horas era já muito densa. Diante dos terrenos de Belém, onde ia ser rezada a missa, estavam fundeados todos os lugres e arrastões com vistosos embandeiramentos. O efeito de conjunto harmonizava-se com a mancha colorida da muralha.
Cerca das 10 horas e trinta minutos chegaram os Srs. Ministros da Marinha e do Comércio, Sub-Secretário das Corporações, Almirantes Mata Oliveira e Marcelino Carlos, Comandantes Américo Tomaz, António José Martins e Vasco Lopes Alves, etc.
Momentos depois chegava o Sr. Bispo de Macau. Receberam-no os Srs. Comandante Henrique Tenreiro e engenheiro Higino de Queiroz, em nome da comissão organizadora da cerimónia. O Sr. Bispo correspondeu aos cumprimentos de toda a assistência – entre a qual se viam muitas centenas de pescadores das equipagens dos navios da frota bacalhoeira – e dirigiu-se para o altar diante do qual orou por momentos. Ia começar a missa. Fez-se um silêncio absoluto, entrecortado apenas pelo drapejar das bandeiras sacudidas pela brisa da manhã e iluminadas por um sol que queria romper através de nuvens baixas.
O Sr. Bispo de Macau, coadjuvado pelos seus acólitos e assistido por quatro pescadores, rezou missa pela boa sorte da frota bacalhoeira portuguesa e por uma pesca muito feliz.
No momento da elevação a Deus os clarins da «Brigada Naval» tocaram a marcha de continência e a guarda de honra apresentou armas. Simultaneamente eram soltos, por detrás do altar, cerca de 4.000 pombos-correios, os quais numa largada espetaculosa deram a volta à grande cruz e perderam-se no espaço.
Finda a missa o ilustre prelado proferiu breves palavras alusivas ao acto, lembrou as tradições marítimas dos portugueses e disse que pedia para os pescadores a bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Procedeu depois à bênção. O Sr. Bispo, seguido por todo o elemento oficial, dirigiu-se para a muralha. Novamente se fez um grande silêncio. O prelado leu a oração do ritual e lançou depois a bênção na direcção dos lugres. Foi uma cerimónia breve mas emocionante que encerrou a tradicional festa religiosa dos pescadores nas vésperas da sua partida.
Antes de se retirar, o Sr. Bispo de Macau esteve a conversar com os membros do Governo e dirigiu palavras de saudação aos Srs. Comandante Henrique Tenreiro e engenheiro Higino de Queiroz, pela forma como toda a cerimónia tinha sido organizada.
Ao fim da tarde, aprontaram para sair alguns dos lugres. Até ao fim do mês toda a frota bacalhoeira estará em viagem para Terra Nova e Gronelândia.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 21 de Abril de 1940)
A cerimónia teve grandiosidade. O local estava lindamente decorado com dezenas de bandeiras nacionais, da «Legião» e da «Mocidade Portuguesa». Ao fundo do altar, sobre o qual se elevava uma grande cruz, via-se um friso de galhardetes brancos com a Cruz de Cristo. Em volta, contingentes da «Brigada Naval» e «Mocidade» faziam a guarda de honra.
Diante do altar, dois lindos tapetes em flores naturais reproduziam a Cruz de Cristo. Uma decoração de flores completava o encanto do cenário.
A multidão começou a chegar pelas 9 e meia e às 10 horas era já muito densa. Diante dos terrenos de Belém, onde ia ser rezada a missa, estavam fundeados todos os lugres e arrastões com vistosos embandeiramentos. O efeito de conjunto harmonizava-se com a mancha colorida da muralha.
Cerca das 10 horas e trinta minutos chegaram os Srs. Ministros da Marinha e do Comércio, Sub-Secretário das Corporações, Almirantes Mata Oliveira e Marcelino Carlos, Comandantes Américo Tomaz, António José Martins e Vasco Lopes Alves, etc.
Momentos depois chegava o Sr. Bispo de Macau. Receberam-no os Srs. Comandante Henrique Tenreiro e engenheiro Higino de Queiroz, em nome da comissão organizadora da cerimónia. O Sr. Bispo correspondeu aos cumprimentos de toda a assistência – entre a qual se viam muitas centenas de pescadores das equipagens dos navios da frota bacalhoeira – e dirigiu-se para o altar diante do qual orou por momentos. Ia começar a missa. Fez-se um silêncio absoluto, entrecortado apenas pelo drapejar das bandeiras sacudidas pela brisa da manhã e iluminadas por um sol que queria romper através de nuvens baixas.
O Sr. Bispo de Macau, coadjuvado pelos seus acólitos e assistido por quatro pescadores, rezou missa pela boa sorte da frota bacalhoeira portuguesa e por uma pesca muito feliz.
No momento da elevação a Deus os clarins da «Brigada Naval» tocaram a marcha de continência e a guarda de honra apresentou armas. Simultaneamente eram soltos, por detrás do altar, cerca de 4.000 pombos-correios, os quais numa largada espetaculosa deram a volta à grande cruz e perderam-se no espaço.
Finda a missa o ilustre prelado proferiu breves palavras alusivas ao acto, lembrou as tradições marítimas dos portugueses e disse que pedia para os pescadores a bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Procedeu depois à bênção. O Sr. Bispo, seguido por todo o elemento oficial, dirigiu-se para a muralha. Novamente se fez um grande silêncio. O prelado leu a oração do ritual e lançou depois a bênção na direcção dos lugres. Foi uma cerimónia breve mas emocionante que encerrou a tradicional festa religiosa dos pescadores nas vésperas da sua partida.
Antes de se retirar, o Sr. Bispo de Macau esteve a conversar com os membros do Governo e dirigiu palavras de saudação aos Srs. Comandante Henrique Tenreiro e engenheiro Higino de Queiroz, pela forma como toda a cerimónia tinha sido organizada.
Ao fim da tarde, aprontaram para sair alguns dos lugres. Até ao fim do mês toda a frota bacalhoeira estará em viagem para Terra Nova e Gronelândia.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 21 de Abril de 1940)
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