A chegada do paquete “Pátria” a Lisboa
2ª Parte
Desenho parcial do paquete "Pátria" incluído no
livro «Vinte e cinco anos ao serviço da Nação»
O paquete “Pátria” passará amanhã à vista de Leixões
livro «Vinte e cinco anos ao serviço da Nação»
O paquete “Pátria” passará amanhã à vista de Leixões
Por um radiograma expedido de bordo do paquete “Pátria”, na sua viagem de Glasgow para Lisboa, chegou a informação que todos os passageiros seguem bem e saúdam as suas famílias.
O “Pátria” passará, amanhã, a caminho de Lisboa, o mais próximo possível de Leixões e da Foz do Douro, pelas 16 horas, em saudação ao Porto.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 30 de Dezembro 1948)
Ao passar em frente de Leixões o “Pátria”, símbolo da nova
frota que surge, saudou a população do norte, aproando à
terra e apitando festivamente
Um rebocador da Administração dos Portos correspondeu à
saudação, tendo sobrevoado o elegante paquete, um aparelho
da aviação civil.
O “Pátria” passará, amanhã, a caminho de Lisboa, o mais próximo possível de Leixões e da Foz do Douro, pelas 16 horas, em saudação ao Porto.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 30 de Dezembro 1948)
Ao passar em frente de Leixões o “Pátria”, símbolo da nova
frota que surge, saudou a população do norte, aproando à
terra e apitando festivamente
Um rebocador da Administração dos Portos correspondeu à
saudação, tendo sobrevoado o elegante paquete, um aparelho
da aviação civil.
Foi de contagiante alvoroço a tarde de ontem, em muitos pontos da costa do Norte. Sabedoras de que o “Pátria” passaria à vista de Leixões, centenas de pessoas afluíram, ali, para verem o novo e elegante navio, mandado construir pela Companhia Colonial de Navegação nos famosos estaleiros de John Brown, em Clydebank, na Escócia. Na Boa Nova, em Leixões, no Castelo do Queijo e na praia do Molhe, à Foz do Douro houve, portanto, movimento desusado, vendo-se entre os curiosos numerosas pessoas de representação.
Passava das 15 horas quando, ao Norte, começou a desenhar-se nítida, precisa, a forma dum paquete enorme, enquanto dezenas, centenas de bocas gritaram.
- É ele, o “Pátria”!
Era, de facto, o “Pátria”, símbolo duma nova frota que surge. Toda a gente se impacientou, vivendo esse momento magnífico da aproximação da nova unidade. Os que estavam munidos com binóculos sorriam-se, passando-os a quem os não tinha. Dir-se-ia que o júbilo que os tomara devia ser compartilhado por todos.
Foi assim que, do Castelo do Queijo – onde estavam, também, alguns oficiais da guarnição militar do Porto – a imprensa viu o majestoso navio, quando passava, talvez, em frente da memória do Mindelo ou da Boa Nova.
Navegando lenta, suavemente, o “Pátria” aproximava-se de Leixões, distinguindo-se cada vez melhor. Pouco depois, as suas linhas precisando-se ainda mais parando em frente de Leixões e apitando, jubilosa, festivamente, em frente do porto. Um rebocador da Administração dos Portos, que saíra a barra, correspondeu, repetida, estridentemente, à saudação, enquanto o “Pátria”, virando de bordo aproava a terra, dando a volta depois, para o Sul. Na ocasião, vindo do aeródromo de Pedras Rubras, um aparelho da aviação civil sobrevoou uma, duas, três vezes o novo navio da Companhia Colonial de Navegação, de cuja chaminé se desprendia densa fumarada.
Algumas traineiras, que passavam perto, saudaram, também, a nova unidade, que, pouco depois, se sumia no horizonte, enquanto na praia do Molhe, à Foz do Douro, e no Castelo do Queijo, centenas de lenços se agitavam ainda…
Passava das 15 horas quando, ao Norte, começou a desenhar-se nítida, precisa, a forma dum paquete enorme, enquanto dezenas, centenas de bocas gritaram.
- É ele, o “Pátria”!
Era, de facto, o “Pátria”, símbolo duma nova frota que surge. Toda a gente se impacientou, vivendo esse momento magnífico da aproximação da nova unidade. Os que estavam munidos com binóculos sorriam-se, passando-os a quem os não tinha. Dir-se-ia que o júbilo que os tomara devia ser compartilhado por todos.
Foi assim que, do Castelo do Queijo – onde estavam, também, alguns oficiais da guarnição militar do Porto – a imprensa viu o majestoso navio, quando passava, talvez, em frente da memória do Mindelo ou da Boa Nova.
Navegando lenta, suavemente, o “Pátria” aproximava-se de Leixões, distinguindo-se cada vez melhor. Pouco depois, as suas linhas precisando-se ainda mais parando em frente de Leixões e apitando, jubilosa, festivamente, em frente do porto. Um rebocador da Administração dos Portos, que saíra a barra, correspondeu, repetida, estridentemente, à saudação, enquanto o “Pátria”, virando de bordo aproava a terra, dando a volta depois, para o Sul. Na ocasião, vindo do aeródromo de Pedras Rubras, um aparelho da aviação civil sobrevoou uma, duas, três vezes o novo navio da Companhia Colonial de Navegação, de cuja chaminé se desprendia densa fumarada.
Algumas traineiras, que passavam perto, saudaram, também, a nova unidade, que, pouco depois, se sumia no horizonte, enquanto na praia do Molhe, à Foz do Douro, e no Castelo do Queijo, centenas de lenços se agitavam ainda…
A passagem do ano a bordo do novo paquete
À passagem do “Pátria” em frente de Leixões e da Foz do Douro os passageiros do paquete subiram à ponte de comando para admirar a beira-mar, resplandecente ao sol da tarde. Causou excelente impressão a presença de traineiras repletas de gente, que acenava com lenços.
Um avião civil, com as suas evoluções, provocou entusiasmo vibrante. Enquanto o “Pátria” saudava a capital do Norte com repetidos silvos, acenava-se com lenços, comovidamente. O tempo esteve maravilhoso e propício à passagem em frente do porto, tendo o paquete abrandado a marcha para poder ser admirado por todos. À noite houve uma festa de gala a bordo, com ceia à americana seguindo-se um baile e, também, um recital poético com sentido humorístico.
Amanhã de manhã, o paquete atracará ao porto de Lisboa, sendo visitado pelo Ministro da Marinha e pelo elemento oficial. A passagem do ano foi pretexto para saudações efusivas à Companhia Colonial de Navegação, especialmente ao sr. Bernardino Correia. As famílias dos passageiros e os tripulantes foram saudados com emoção e saudade. (a) Hugo Rocha
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)
Um avião civil, com as suas evoluções, provocou entusiasmo vibrante. Enquanto o “Pátria” saudava a capital do Norte com repetidos silvos, acenava-se com lenços, comovidamente. O tempo esteve maravilhoso e propício à passagem em frente do porto, tendo o paquete abrandado a marcha para poder ser admirado por todos. À noite houve uma festa de gala a bordo, com ceia à americana seguindo-se um baile e, também, um recital poético com sentido humorístico.
Amanhã de manhã, o paquete atracará ao porto de Lisboa, sendo visitado pelo Ministro da Marinha e pelo elemento oficial. A passagem do ano foi pretexto para saudações efusivas à Companhia Colonial de Navegação, especialmente ao sr. Bernardino Correia. As famílias dos passageiros e os tripulantes foram saudados com emoção e saudade. (a) Hugo Rocha
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)
O novo paquete “Pátria” deve chegar hoje a Lisboa
É esperado hoje às 10 horas, o novo paquete “Pátria”, mandado construir pela Companhia Colonial de Navegação em Inglaterra. Não se sabe, em definitivo onde o navio irá atracar, mas está determinado que, às 9 horas, sairão três rebocadores da Rocha do Conde de Óbidos, transportando jornalistas e fotógrafos, acompanhados do sr. Joaquim Raposo, funcionário da C.C.N., membros da direcção da mesma Companhia e ainda familiares dos tripulantes.
A bordo não haverá cerimónias especiais, nem se efectuará a visita de qualquer elemento oficial, pois o “Pátria” necessita ainda de receber alguns complementos na sua decoração, antes de ser dado por acabado. Só então os membros do governo serão convidados a visitar a nova e elegante unidade da nossa frota mercante, reservando-se a entrada, hoje, às famílias dos passageiros que foram a Glasgow assistir à cerimónia da entrega do “Pátria”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)
A bordo não haverá cerimónias especiais, nem se efectuará a visita de qualquer elemento oficial, pois o “Pátria” necessita ainda de receber alguns complementos na sua decoração, antes de ser dado por acabado. Só então os membros do governo serão convidados a visitar a nova e elegante unidade da nossa frota mercante, reservando-se a entrada, hoje, às famílias dos passageiros que foram a Glasgow assistir à cerimónia da entrega do “Pátria”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)
Chegou ante-ontem ao Tejo o “Pátria”,
que foi visitado por membros do Governo
que foi visitado por membros do Governo
O novo paquete “Pátria”, da Companhia Colonial de Navegação, saído no Domingo de Glasgow, chegou ante-ontem ao Tejo, acompanhado do navio de carga “Lunda”, também da frota da mesma Companhia.
Às 8 horas, os dois navios embandeirados em arco e, uma hora depois, suspendiam ferro e começavam a navegar rio acima. Rebocadores apinhados de gente e embandeirados vinham rio abaixo ao encontro do “Pátria” e do “Lunda” em vistoso cortejo. Em frente de Belém acostou ao “Pátria” o rebocador “Oceania”, da C.C.N., a bordo do qual vinham membros do Governo e outras personalidades oficiais. Os navios abrandaram marcha. O “Oceania” acostou ao “Pátria” por cuja escada de portaló subiram então para bordo do paquete os Ministros da Marinha, das Finanças e da Justiça e os sub-secretários de Estado das Colónias e do Comércio e Indústria.
Ao portaló, esperava-os o sr. Bernardino Correia, acompanhado pelos srs. Dr. Bustorff Silva, Engº. Barbosa Braga e Dr. Soares da Fonseca, respectivamente presidentes da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e delegado do Governo junto da Companhia Colonial.
No momento em que o sr. Comandante Américo Tomaz entrou no primeiro «deck» e apertou efusivamente a mão ao presidente da Colonial, ouviram-se a bordo os acordes da «Maria da Fonte», enquanto se sucediam os cumprimentos aos outros membros do Governo. Subiram também a bordo o sr. Comandante Henrique Tenreiro, o Comandante da Polícia Marítima, o oficial-adjunto da Capitania do porto, o Director Geral das Alfândegas, o Vice-presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante, etc.
O “Pátria”, à frente de um longo cortejo de embarcações, retomou então a marcha rio acima, enquanto os membros do Governo subiam para a ponte de comando. Pelas 10 horas, a mancha clara e imponente do maior e mais moderno paquete português destacava-se diante da Praça do Comércio, onde centenas de pessoas admiravam o belo espectáculo nesta manhã festiva de Ano Novo.
Nesse momento subiam nos mastros do aviso “Pedro Nunes”, navio-chefe da esquadra, bandeiras de sinais que significavam «Seja benvindo!», saudação que o “Pátria” imediatamente agradeceu, enquanto muitas sereias de rebocadores silvavam com intermitências. O «cláxon» grave do paquete respondia com séries de três roncos prolongados, que repercutiam seus ecos pelas colinas da cidade.
Entretanto, os membros do Governo davam começo a uma rápida visita ao “Pátria” e percorriam os salões de música e de jantar e o bar da 1ª. classe, as instalações das classes turística e terceira, a casa da máquina e outras dependências, em especial a ampla e bem apetrechada enfermaria. Estiveram depois num camarote de luxo e num camarote de casal, cuja disposição e mobiliário lhes mereceram, como todas as outras instalações, as mais calorosas referências.
O “Pátria” lançou ferro, pelas 11 horas, em frente da Praça do Comércio. No salão de música foi servida uma taça de champanhe. Estavam presentes todos os convidados para a primeira viagem do navio e as entidades que tinham entrado a bordo pouco antes, entre as quais os administradores da C.C.N., srs. Dr. Domingos de Meneses, Raul Vieira, Major Raposo Pessoa e o Dr. João do Amaral; os membros do Conselho Fiscal, srs. Engº. Duarte do Amaral e D. Nuno da Câmara, etc.
O sr. Bernardino Correia, usando da palavra, disse que a aquisição do “Pátria” era um facto de importância sem precedentes na História da Marinha Mercante Nacional, e que ele era devido graças ao plano do Ministro da Marinha e à intervenção do Ministro das Finanças, ambos ali presentes. Afirmou que a Companhia Colonial de Navegação se empenharia por bem cumprir a sua missão e porque assim será e porque a chegada do “Pátria” precede por largos meses a de outros iguais desejaria que lhe fosse reconhecido o esforço desenvolvido e o desejo de bem cumprir. E terminou agradecendo àqueles membros do Governo a grande realização que estão a levar a efeito e, a todos, a visita que acabavam de fazer.
Em seu nome e no do Ministro das Finanças, o Comandante Américo Tomaz agradeceu, por seu turno, as palavras de Bernardino Correia e felicitou-o pela magnífica aquisição do novo navio, reservando-se para se referir mais tarde ao significado do acontecimento. Nesse momento apenas apresentava à Companhia os seus cumprimentos. E com uma taça de champanhe trocaram-se brindes pelo êxito do novo paquete.
Os ministros e outros visitantes regressaram a terra seguidamente. O navio ficou fundeado durante algumas horas em frente ao Terreiro do Paço, onde foi admirado, durante o dia, por centenas de pessoas.
A festa da passagem de ano a bordo do “Pátria”
Às 8 horas, os dois navios embandeirados em arco e, uma hora depois, suspendiam ferro e começavam a navegar rio acima. Rebocadores apinhados de gente e embandeirados vinham rio abaixo ao encontro do “Pátria” e do “Lunda” em vistoso cortejo. Em frente de Belém acostou ao “Pátria” o rebocador “Oceania”, da C.C.N., a bordo do qual vinham membros do Governo e outras personalidades oficiais. Os navios abrandaram marcha. O “Oceania” acostou ao “Pátria” por cuja escada de portaló subiram então para bordo do paquete os Ministros da Marinha, das Finanças e da Justiça e os sub-secretários de Estado das Colónias e do Comércio e Indústria.
Ao portaló, esperava-os o sr. Bernardino Correia, acompanhado pelos srs. Dr. Bustorff Silva, Engº. Barbosa Braga e Dr. Soares da Fonseca, respectivamente presidentes da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e delegado do Governo junto da Companhia Colonial.
No momento em que o sr. Comandante Américo Tomaz entrou no primeiro «deck» e apertou efusivamente a mão ao presidente da Colonial, ouviram-se a bordo os acordes da «Maria da Fonte», enquanto se sucediam os cumprimentos aos outros membros do Governo. Subiram também a bordo o sr. Comandante Henrique Tenreiro, o Comandante da Polícia Marítima, o oficial-adjunto da Capitania do porto, o Director Geral das Alfândegas, o Vice-presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante, etc.
O “Pátria”, à frente de um longo cortejo de embarcações, retomou então a marcha rio acima, enquanto os membros do Governo subiam para a ponte de comando. Pelas 10 horas, a mancha clara e imponente do maior e mais moderno paquete português destacava-se diante da Praça do Comércio, onde centenas de pessoas admiravam o belo espectáculo nesta manhã festiva de Ano Novo.
Nesse momento subiam nos mastros do aviso “Pedro Nunes”, navio-chefe da esquadra, bandeiras de sinais que significavam «Seja benvindo!», saudação que o “Pátria” imediatamente agradeceu, enquanto muitas sereias de rebocadores silvavam com intermitências. O «cláxon» grave do paquete respondia com séries de três roncos prolongados, que repercutiam seus ecos pelas colinas da cidade.
Entretanto, os membros do Governo davam começo a uma rápida visita ao “Pátria” e percorriam os salões de música e de jantar e o bar da 1ª. classe, as instalações das classes turística e terceira, a casa da máquina e outras dependências, em especial a ampla e bem apetrechada enfermaria. Estiveram depois num camarote de luxo e num camarote de casal, cuja disposição e mobiliário lhes mereceram, como todas as outras instalações, as mais calorosas referências.
O “Pátria” lançou ferro, pelas 11 horas, em frente da Praça do Comércio. No salão de música foi servida uma taça de champanhe. Estavam presentes todos os convidados para a primeira viagem do navio e as entidades que tinham entrado a bordo pouco antes, entre as quais os administradores da C.C.N., srs. Dr. Domingos de Meneses, Raul Vieira, Major Raposo Pessoa e o Dr. João do Amaral; os membros do Conselho Fiscal, srs. Engº. Duarte do Amaral e D. Nuno da Câmara, etc.
O sr. Bernardino Correia, usando da palavra, disse que a aquisição do “Pátria” era um facto de importância sem precedentes na História da Marinha Mercante Nacional, e que ele era devido graças ao plano do Ministro da Marinha e à intervenção do Ministro das Finanças, ambos ali presentes. Afirmou que a Companhia Colonial de Navegação se empenharia por bem cumprir a sua missão e porque assim será e porque a chegada do “Pátria” precede por largos meses a de outros iguais desejaria que lhe fosse reconhecido o esforço desenvolvido e o desejo de bem cumprir. E terminou agradecendo àqueles membros do Governo a grande realização que estão a levar a efeito e, a todos, a visita que acabavam de fazer.
Em seu nome e no do Ministro das Finanças, o Comandante Américo Tomaz agradeceu, por seu turno, as palavras de Bernardino Correia e felicitou-o pela magnífica aquisição do novo navio, reservando-se para se referir mais tarde ao significado do acontecimento. Nesse momento apenas apresentava à Companhia os seus cumprimentos. E com uma taça de champanhe trocaram-se brindes pelo êxito do novo paquete.
Os ministros e outros visitantes regressaram a terra seguidamente. O navio ficou fundeado durante algumas horas em frente ao Terreiro do Paço, onde foi admirado, durante o dia, por centenas de pessoas.
A festa da passagem de ano a bordo do “Pátria”
A bordo do “Pátria”, realizou-se, na noite de São Silvestre, uma festa para solenizar o termo da primeira viagem daquele novo paquete e a passagem do ano. Às 22 horas e meia, começou a ser servida, na luxuosa sala de jantar da primeira classe, a ceia de gala, a que assistiram todos os passageiros, convidados da Companhia Colonial de Navegação, o Comandante e a oficialidade do “Pátria”. À meia-noite, ao som do Hino Nacional, com a sereia de bordo a silvar, todos ergueram as suas taças, comovidamente, pela Pátria, pela Marinha Mercante Nacional, pelo paquete que inaugurava a sua actividade e pela C.C.N.
O sr. Bernardino Correia, Presidente do Conselho de Administração, a quem todos os convivas, afectuosamente, saudaram, discursou em primeiro lugar, para saudar os seus convidados e companheiros de viagem e acentuar o significado desta para a C.C.N. e para a nossa marinha mercante. Foi muito aplaudido, seguindo-se-lhe, no estrado, o rev. Moreira das Neves, chefe de redacção das “Novidades”, que proferiu uma alocução em nome da Imprensa de Lisboa, o sr. Engº. Quintela Saldanha, que falou pelos convidados em geral, e o sr. Carlos Ribeiro, Chefe dos serviços externos da Emissora Nacional, que brindou pela C.C.N., em nome desta. O nosso colega na Imprensa sr. Maurício de Oliveira, Chefe dos serviços de propaganda da C.C.N., leu telegramas de saudação recebidos de Lisboa.
Seguiu-se um animado baile, durante o qual, bem como durante a ceia, se jogaram serpentinas, o que, com os vestidos de noite das senhoras e os trajes de cerimónia dos homens, deu à festa um aspecto extremamente agradável à vista.
A última parte da festa foi constituída por um recital de poesias várias de sentido humorístico, sob o título geral de «Perfis à la minute», compostas e lidas pelo nosso colega Hugo Rocha, que antes, em breves palavras, apresentou, também, as cordiais saudações da Imprensa do Porto. As poesias, cerca de trinta, visavam, em forma de caricatura em verso, as figuras de quase todos os passageiros-convidados, incluindo todos os jornalistas, começando pela figura adorável do Chiquinho, afilhado de Bernardino Correia, e acabando pela figura prestigiosa do próprio Presidente do Conselho de Administração da C.C.N.
Carlos Ribeiro, após a leitura de cada poema, que provocava as gargalhadas de todos, procedia ao leilão do respectivo original, autografado pelo autor. Esse leilão com muita «verve», por aquele locutor, rendeu cerca de seis mil e quinhentos escudos, quantia que o sr. Bernardino Correia aumentou para dez contos e que, por iniciativa do nosso colega Hugo Rocha entusiasticamente aplaudida, se destinou ao pessoal do “Pátria”, que, durante a viagem, serviu, diligentemente os passageiros-convidados. Esta parte da festa durou cerca de duas horas e teve, também, os calorosos aplausos dos assistentes.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 3 de Janeiro de 1948)
O sr. Bernardino Correia, Presidente do Conselho de Administração, a quem todos os convivas, afectuosamente, saudaram, discursou em primeiro lugar, para saudar os seus convidados e companheiros de viagem e acentuar o significado desta para a C.C.N. e para a nossa marinha mercante. Foi muito aplaudido, seguindo-se-lhe, no estrado, o rev. Moreira das Neves, chefe de redacção das “Novidades”, que proferiu uma alocução em nome da Imprensa de Lisboa, o sr. Engº. Quintela Saldanha, que falou pelos convidados em geral, e o sr. Carlos Ribeiro, Chefe dos serviços externos da Emissora Nacional, que brindou pela C.C.N., em nome desta. O nosso colega na Imprensa sr. Maurício de Oliveira, Chefe dos serviços de propaganda da C.C.N., leu telegramas de saudação recebidos de Lisboa.
Seguiu-se um animado baile, durante o qual, bem como durante a ceia, se jogaram serpentinas, o que, com os vestidos de noite das senhoras e os trajes de cerimónia dos homens, deu à festa um aspecto extremamente agradável à vista.
A última parte da festa foi constituída por um recital de poesias várias de sentido humorístico, sob o título geral de «Perfis à la minute», compostas e lidas pelo nosso colega Hugo Rocha, que antes, em breves palavras, apresentou, também, as cordiais saudações da Imprensa do Porto. As poesias, cerca de trinta, visavam, em forma de caricatura em verso, as figuras de quase todos os passageiros-convidados, incluindo todos os jornalistas, começando pela figura adorável do Chiquinho, afilhado de Bernardino Correia, e acabando pela figura prestigiosa do próprio Presidente do Conselho de Administração da C.C.N.
Carlos Ribeiro, após a leitura de cada poema, que provocava as gargalhadas de todos, procedia ao leilão do respectivo original, autografado pelo autor. Esse leilão com muita «verve», por aquele locutor, rendeu cerca de seis mil e quinhentos escudos, quantia que o sr. Bernardino Correia aumentou para dez contos e que, por iniciativa do nosso colega Hugo Rocha entusiasticamente aplaudida, se destinou ao pessoal do “Pátria”, que, durante a viagem, serviu, diligentemente os passageiros-convidados. Esta parte da festa durou cerca de duas horas e teve, também, os calorosos aplausos dos assistentes.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 3 de Janeiro de 1948)
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