O lançamento ao mar do aviso “Pedro Nunes”
1935/1956 - 1956/1976
O aviso “Pedro Nunes” construído em Portugal,
será lançado ao mar depois de amanhã (17.03.1934)
Continuam com grande actividade os trabalhos para o lançamento ao mar depois de amanhã do aviso “Pedro Nunes”. Ontem, este navio foi levantado na carreira, a fim de poderem arranjar colocá-lo de modo a facilitar o lançamento à água.
O “Pedro Nunes” não faz parte do programa naval, nem o aviso “Infante D. Henrique”, (nome inicialmente previsto para o aviso de 2ª classe “João de Lisboa”), que vai ser construído. Foram hoje depositados no gabinete do almirante intendente do Arsenal de Marinha as duas placas em bronze, que vão ser colocadas a bordo do referido aviso.
Realizando-se depois de amanhã, no Arsenal de Marinha, o lançamento ao mar do navio de guerra “Pedro Nunes”, o sr. ministro da Guerra mandou convidar os oficiais do exército que não estejam de serviço, a assistir aquela cerimónia, devendo os mesmos oficiais comparecer de pequeno uniforme e, podendo, fazendo-se acompanhar de senhoras de sua família. Os oficiais generais terão lugar numa tribuna e os oficiais superiores em local reservado.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 16 de Março de 1934)
O “Pedro Nunes” não faz parte do programa naval, nem o aviso “Infante D. Henrique”, (nome inicialmente previsto para o aviso de 2ª classe “João de Lisboa”), que vai ser construído. Foram hoje depositados no gabinete do almirante intendente do Arsenal de Marinha as duas placas em bronze, que vão ser colocadas a bordo do referido aviso.
Realizando-se depois de amanhã, no Arsenal de Marinha, o lançamento ao mar do navio de guerra “Pedro Nunes”, o sr. ministro da Guerra mandou convidar os oficiais do exército que não estejam de serviço, a assistir aquela cerimónia, devendo os mesmos oficiais comparecer de pequeno uniforme e, podendo, fazendo-se acompanhar de senhoras de sua família. Os oficiais generais terão lugar numa tribuna e os oficiais superiores em local reservado.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 16 de Março de 1934)
Foto do aviso de 2ª Classe "Pedro Nunes"
Imagem de autor desconhecido
Identificação do navio “Pedro Nunes”
Imagem de autor desconhecido
Identificação do navio “Pedro Nunes”
Nº Oficial: A528 (1956) - Iic.: C.T.P.W. - Registo: Lisboa
Construtor: Arsenal de Marinha, Lisboa, 1934
Arqueação: Tab 986,88 tons - Tal 229,37 tons
Deslocamento: St 1.107,00 t - Mx 1.217,00 t - Nm 1.162,00 t
Dimensões: Pp 68,00 mts - Boca 10,00 mts - Pontal 5,00 mts
Propulsão: Man, Alemanha - 2:Di - 8:Ci - 2x1200 Bhp - 16 m/h
Equipagem: 119 tripulantes
Construtor: Arsenal de Marinha, Lisboa, 1934
Arqueação: Tab 986,88 tons - Tal 229,37 tons
Deslocamento: St 1.107,00 t - Mx 1.217,00 t - Nm 1.162,00 t
Dimensões: Pp 68,00 mts - Boca 10,00 mts - Pontal 5,00 mts
Propulsão: Man, Alemanha - 2:Di - 8:Ci - 2x1200 Bhp - 16 m/h
Equipagem: 119 tripulantes
O aviso “Pedro Nunes” é amanhã lançado à água
É amanhã lançado à água o aviso “Pedro Nunes”, o quarto navio de guerra com este nome na Armada portuguesa. O lançamento efectua-se às 16 horas, por ser essa a altura da preia-mar.
Foram distribuídos 8.000 convites, cujos portadores deverão respeitar as instruções do pessoal para que a arrumação de tanta gente se possa fazer na melhor ordem.
Foram hoje expostas na Intendência do Arsenal as duas artísticas placas em bronze, que figurarão no “Pedro Nunes”, e que constituem duas belas obras de arte.
Também ali ficou hoje depositado o interessante modelo do navio, na escala de 1 por 100 executado nas oficinas do Arsenal.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 17 de Março de 1934)
Foram distribuídos 8.000 convites, cujos portadores deverão respeitar as instruções do pessoal para que a arrumação de tanta gente se possa fazer na melhor ordem.
Foram hoje expostas na Intendência do Arsenal as duas artísticas placas em bronze, que figurarão no “Pedro Nunes”, e que constituem duas belas obras de arte.
Também ali ficou hoje depositado o interessante modelo do navio, na escala de 1 por 100 executado nas oficinas do Arsenal.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 17 de Março de 1934)
O lançamento do aviso “Pedro Nunes” à água
Foi hoje lançado à água, com grande solenidade, no Arsenal de Marinha, o aviso “Pedro Nunes”, de 1.016 toneladas de deslocamento, destinado especialmente ao serviço nas colónias.
Apesar do mau tempo, a assistência não foi inferior ao que era esperado. A partir das 14 horas e trinta minutos, o Arsenal foi franqueado aos portadores de cartões de convite. Nas oficinas daquele estabelecimento fabril, a laboração cessara pouco tempo antes. Muitos operários, com as suas famílias ocuparam os telhados dos barracões e outros pontos altos, donde melhor pudessem admirar o espectáculo da descida do navio para as águas do Tejo.
A pouco e pouco, a multidão ia engrossando dentro do Arsenal. Na carreira tudo estava a postos para a cerimónia do lançamento. O “Pedro Nunes”, embandeirado nos topes, oferecia um belo aspecto.
No varandim da Intendência do Arsenal, aglomeravam-se também centenas de pessoas. As janelas das repartições dos ministérios da Marinha, das Colónias e da Guerra regurgitavam. Havia gente por toda a parte. No rio, em frente da carreira, pairavam algumas embarcações, também elas apinhadas de gente.
Pouco depois das 15 horas alinhou próximo da tribuna uma guarde de honra da Marinha, com bandeira e a banda da Armada. A essa hora era já difícil o trânsito dentro do Arsenal. Os convidados iam sendo recebidos pelos srs. Almirante António da Câmara, intendente daquele estabelecimento, capitão de mar-e-guerra Francisco António de Sequeira, director das construções navais e capitão-de-fragata Sousa Mendes, autor do projecto, director da construção do “Pedro Nunes” e sub-director das construções navais.
Apesar do mau tempo, a assistência não foi inferior ao que era esperado. A partir das 14 horas e trinta minutos, o Arsenal foi franqueado aos portadores de cartões de convite. Nas oficinas daquele estabelecimento fabril, a laboração cessara pouco tempo antes. Muitos operários, com as suas famílias ocuparam os telhados dos barracões e outros pontos altos, donde melhor pudessem admirar o espectáculo da descida do navio para as águas do Tejo.
A pouco e pouco, a multidão ia engrossando dentro do Arsenal. Na carreira tudo estava a postos para a cerimónia do lançamento. O “Pedro Nunes”, embandeirado nos topes, oferecia um belo aspecto.
No varandim da Intendência do Arsenal, aglomeravam-se também centenas de pessoas. As janelas das repartições dos ministérios da Marinha, das Colónias e da Guerra regurgitavam. Havia gente por toda a parte. No rio, em frente da carreira, pairavam algumas embarcações, também elas apinhadas de gente.
Pouco depois das 15 horas alinhou próximo da tribuna uma guarde de honra da Marinha, com bandeira e a banda da Armada. A essa hora era já difícil o trânsito dentro do Arsenal. Os convidados iam sendo recebidos pelos srs. Almirante António da Câmara, intendente daquele estabelecimento, capitão de mar-e-guerra Francisco António de Sequeira, director das construções navais e capitão-de-fragata Sousa Mendes, autor do projecto, director da construção do “Pedro Nunes” e sub-director das construções navais.
Antes do lançamento
As entidades oficiais começaram a chegar pelas 15 horas e quinze minutos. Entre outros compareceram os srs. Almirantes Sarmento Saavedra, Mendes Cabeçadas, Ivens Ferraz e Pedreira Caçador; generais Daniel de Sousa, Vieira da Rocha, Alexandre Malheiro, Amílcar Pinto, Lacerda Machado e Bernardo Canto, drs. Carneiro Pacheco e Sousa Monteiro, embaixador Teixeira de Sampaio, engenheiro Sá Nogueira, etc.
Oficiais do Exército e da Armada com suas famílias eram em número de algumas centenas. Computava-se em 8.000 o número de pessoas que às 15 horas e trinta minutos enchiam toda a área do Arsenal, de onde se podia ver o lançamento.
Do Governo chegaram entretanto os ministros da Marinha, do Interior, da Guerra, do Comércio e da Agricultura; o sub-secretário das Finanças, em representação do chefe do governo; representantes de outros membros do Governo, etc. O sr. ministro das Colónias fez-se representar na cerimónia do lançamento, pelo seu secretário sr. engenheiro Xavier Cordeiro.
Eram 16 horas, quando chegou ao Arsenal o sr. Presidente da República, acompanhado pelo chefe da sua Casa Militar, sr. comandante Sequeira Braga. A banda executou a «Portuguesa» e a guarda de honra apresentou armas. Depois de passar revista à força o chefe de Estado e os ministros dirigiram-se para a tribuna.
Na carreira, o pessoal sob a direcção do mestre Eduardo Pestana, aprestava tudo para o lançamento. O Arsenal, com telhados e janelas coalhados de gente, parecia uma colmeia monstra. Em diversos pontos flutuavam bandeiras nacionais.
Oficiais do Exército e da Armada com suas famílias eram em número de algumas centenas. Computava-se em 8.000 o número de pessoas que às 15 horas e trinta minutos enchiam toda a área do Arsenal, de onde se podia ver o lançamento.
Do Governo chegaram entretanto os ministros da Marinha, do Interior, da Guerra, do Comércio e da Agricultura; o sub-secretário das Finanças, em representação do chefe do governo; representantes de outros membros do Governo, etc. O sr. ministro das Colónias fez-se representar na cerimónia do lançamento, pelo seu secretário sr. engenheiro Xavier Cordeiro.
Eram 16 horas, quando chegou ao Arsenal o sr. Presidente da República, acompanhado pelo chefe da sua Casa Militar, sr. comandante Sequeira Braga. A banda executou a «Portuguesa» e a guarda de honra apresentou armas. Depois de passar revista à força o chefe de Estado e os ministros dirigiram-se para a tribuna.
Na carreira, o pessoal sob a direcção do mestre Eduardo Pestana, aprestava tudo para o lançamento. O Arsenal, com telhados e janelas coalhados de gente, parecia uma colmeia monstra. Em diversos pontos flutuavam bandeiras nacionais.
O navio entra na água
Às 16 horas e cinco minutos, dadas as últimas ordens, foram abatidas as «ringeiras» que sustinham o «berço» do navio. Era o momento. O chefe de Estado colocou a mão na proa do “Pedro Nunes” e proferiu, comovido, estas palavras: «A bem da Nação!».
Simultaneamente os «macacos» hidráulicos deram um ligeiro impulso ao «berço» e o novo navio de guerra começou a deslizar, imponente, pela carreira. Na ponte de comando, o capitão-tenente Pires da Rocha, que o vai comandar, seguia perfilado, em continência. Os operários que iam a bordo entregaram-se a entusiásticas manifestações. Em terra as aclamações eram também delirantes. Milhares de pessoas saudavam a Armada. As sirenes dos barcos surtos no Tejo silvavam fortemente. O ambiente era de comunicativa alegria.
Quando o “Pedro Nunes” ficou inteiramente a flutuar, extinguiram-se em terra os acordes da «Portuguesa» executada pela banda da Armada e o povo aclamava ainda a Marinha e a República com calor e vibração.
Enquanto o novo navio, que tem uma linha admirável, era rebocado para a sua bóia, o Chefe do Estado cumprimentou o engenheiro Sousa Mendes, pelo êxito do lançamento.
Em seguida o sr. general Carmona entregou as insígnias do Mérito Industrial aos srs. desenhador Gabriel Fernandes, José Dias que intervieram na construção, contra-mestre e operário Manuel Santos, dirigindo-lhes ao mesmo tempo palavras de saudação. Foi também condecorado o operário José Baptista, que não recebeu as insígnias por estar na missão naval portuguesa em Inglaterra.
Depois de admirar na Intendência as placas de bronze destinadas ao “Pedro Nunes” e o modelo do navio, o Chefe do Estado retirou-se com as honras da ordenança.
Houve depois um lanche de confraternização do pessoal arsenalista, ocasião em que foram trocados brindes entusiásticos.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 18 de Março de 1934)
Simultaneamente os «macacos» hidráulicos deram um ligeiro impulso ao «berço» e o novo navio de guerra começou a deslizar, imponente, pela carreira. Na ponte de comando, o capitão-tenente Pires da Rocha, que o vai comandar, seguia perfilado, em continência. Os operários que iam a bordo entregaram-se a entusiásticas manifestações. Em terra as aclamações eram também delirantes. Milhares de pessoas saudavam a Armada. As sirenes dos barcos surtos no Tejo silvavam fortemente. O ambiente era de comunicativa alegria.
Quando o “Pedro Nunes” ficou inteiramente a flutuar, extinguiram-se em terra os acordes da «Portuguesa» executada pela banda da Armada e o povo aclamava ainda a Marinha e a República com calor e vibração.
Enquanto o novo navio, que tem uma linha admirável, era rebocado para a sua bóia, o Chefe do Estado cumprimentou o engenheiro Sousa Mendes, pelo êxito do lançamento.
Em seguida o sr. general Carmona entregou as insígnias do Mérito Industrial aos srs. desenhador Gabriel Fernandes, José Dias que intervieram na construção, contra-mestre e operário Manuel Santos, dirigindo-lhes ao mesmo tempo palavras de saudação. Foi também condecorado o operário José Baptista, que não recebeu as insígnias por estar na missão naval portuguesa em Inglaterra.
Depois de admirar na Intendência as placas de bronze destinadas ao “Pedro Nunes” e o modelo do navio, o Chefe do Estado retirou-se com as honras da ordenança.
Houve depois um lanche de confraternização do pessoal arsenalista, ocasião em que foram trocados brindes entusiásticos.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 18 de Março de 1934)
Caro Reimar. Essa foto refere.se ao Gonçalo Velho ou ao Gonçalves Zarco.
ResponderEliminarSaudações
Luis Filipe Silva
Luís Filipe,
ResponderEliminarConfirmo-lhe novamente a minha total falta de apetência para contar peças, independentemente do calibre em questão. Muito obrigado.
Desculpem de os contrariar mas a foto é do NRP PEFRO NUNES construído no Arsenal de Marinha, Lisboa, juntamente com o NRP JOÃO DE LISBOA, respectivamente em 1935 e 1937.
ResponderEliminarO NRP GONÇALO VELHO e o NRP GONÇALVES ZARCO foram construídos em Inglaterra em 1933.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro
Caro Rui Amaro
ResponderEliminarEsta foto é de facto do Pedro Nunes, mas anteriormente estava uma do Gonçalves Zarco, que depois foi substituída pela actual.
Saudações
Luis Filipe Silva