Arrastão costeiro apresado ao largo de Ovar
Na tarde de ontem (04.09.1980), o navio patrulha da Armada P1147 - N.R.P. “Zambeze”, apresou ao largo de Ovar o arrastão aveirense “Ria Mar”, das Pescarias Beira Litoral. O arrastão ficou detido na lota de Aveiro, com todos os apetrechos, aguardando o julgamento do mestre e do responsável pela gerência da empresa armadora.
Imagem do navio-patrulha "Zambeze"
Foto de autor desconhecido - colecção do navio
«Andávamos na linha das 4,7 milhas da costa. Sabíamos que é proibido, claro que sabíamos, mas o peixe lá fora é pouco e de vez em quando arriscamo-nos, e foi o que nos aconteceu agora. Andavam lá mais barcos, mas só nós é que fomos apanhados. Os outros escaparam-se» - comentava o mestre João Manuel, de 35 anos. E mais disse: «Nunca me assentei com o ”cu” no mocho. Agora vamos lá ver como é. Antes quero ir para a cadeia do que pagar a multa».
Salientou ainda que traziam apenas uns 800 quilos. «Entregamo-nos, pois não havíamos de nos entregar! Eles trazem material com que matar pardais e nós trazemos apenas as redes, as armas do nosso trabalho», desabafou.
Foto de autor desconhecido - colecção do navio
«Andávamos na linha das 4,7 milhas da costa. Sabíamos que é proibido, claro que sabíamos, mas o peixe lá fora é pouco e de vez em quando arriscamo-nos, e foi o que nos aconteceu agora. Andavam lá mais barcos, mas só nós é que fomos apanhados. Os outros escaparam-se» - comentava o mestre João Manuel, de 35 anos. E mais disse: «Nunca me assentei com o ”cu” no mocho. Agora vamos lá ver como é. Antes quero ir para a cadeia do que pagar a multa».
Salientou ainda que traziam apenas uns 800 quilos. «Entregamo-nos, pois não havíamos de nos entregar! Eles trazem material com que matar pardais e nós trazemos apenas as redes, as armas do nosso trabalho», desabafou.
Imagem do arrastão costeiro "Ria Mar"
Foto de Luís Miguel Correia
Entretanto, o administrador da empresa, Óscar Lopes, que lamentava o caso, frisou: «Não os mandamos pescar na zona proibida, mas como eles ganham à percentagem arriscam-se. Lá fora há pouco peixe e eles não querem vir para terra sem nada. É o seu ganha-pão, entenda-se! Agora sujeitamo-nos à multa e ao que vier. Os prejuízos – sublinhou – são grandes. Cada dia que o barco está parado anda por uns 70 contos. Espero que fique apreendido por poucos dias».
Por sua vez o Patrão-mor da Capitania de Aveiro, disse que a multa ou prisão depende de muitas condicionantes. «O tribunal é que há-de decidir, mas julgo que amanhã (leia-se hoje) o caso ficará resolvido e o barco possa voltar logo para o mar».
(In jornal “Comércio do Porto”, de 5 de Setembro de 1980)
Foto de Luís Miguel Correia
Entretanto, o administrador da empresa, Óscar Lopes, que lamentava o caso, frisou: «Não os mandamos pescar na zona proibida, mas como eles ganham à percentagem arriscam-se. Lá fora há pouco peixe e eles não querem vir para terra sem nada. É o seu ganha-pão, entenda-se! Agora sujeitamo-nos à multa e ao que vier. Os prejuízos – sublinhou – são grandes. Cada dia que o barco está parado anda por uns 70 contos. Espero que fique apreendido por poucos dias».
Por sua vez o Patrão-mor da Capitania de Aveiro, disse que a multa ou prisão depende de muitas condicionantes. «O tribunal é que há-de decidir, mas julgo que amanhã (leia-se hoje) o caso ficará resolvido e o barco possa voltar logo para o mar».
(In jornal “Comércio do Porto”, de 5 de Setembro de 1980)
Sem comentários:
Enviar um comentário