terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

História trágico-marítima (LXIV)


A barca “Bertha”
1898 – 1900
Armador: Glama & Marinho, Porto


Nº Oficial: n/t – Iic.: H.B.N.L. – Porto de registo: Porto
Construtor: Dobie & Co., Glasgow, Setembro de 1872
ex “Loch Fleet”, D. & J. Sproat, Dundee, 1872-1898
Arqueação: Tab 757,44 tons – Tal 685,00 tons
Dimensões: Pp 58.40 mt – Boca 9,67 mt – Pontal 5,70 mt
Propulsão: À vela
Equipagem: (?) tripulantes
Capitães embarcados: J.G. da Silva (1898) e António Villas Boas Netto (1899-1900)

O naufrágio da barca portuguesa “Bertha”
Os srs. Glama & Marinho, comerciantes e armadores de navios da praça do Porto, receberam ontem um telegrama de Salinas, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, datado de ante-ontem, participando ter-se perdido ali a barca “Bertha”, tendo sido salva a tripulação. Este navio tinha saído do rio Douro para o Brasil (porto no estado do Pará), em 20 de Maio findo.
In (jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 22.06.1900)

Movimento de navios no rio Douro, referente ao dia 20 de Maio de 1900, onde consta a última saída do navio para o Brasil, com destino a um porto no estado do Pará (Belém).

Notícias do Pará, Brasil
Com respeito ao naufrágio da barca portuguesa “Bertha”, os srs. Godinho Taborda & Cª., foram autorizados pelos consignatários do navio, a providenciar no sentido de serem prestados aos náufragos os necessários socorros, tendo entretanto recebido o seguinte telegrama do intendente de Salinas, em resposta ao que lhe haviam passado: «O pedido foi satisfeito; o capitão voltou a Japerica, tripulantes seguem viagem para Belém». Está portanto confirmado que os náufragos virão para esta capital. O barco “Nova América” seguiu para o local do naufrágio, a fim de arrecadar os salvados.
In (jornal “Comércio do Porto”, sábado, 14.07.1900)

A barca “Bertha” era um navio com casco de ferro, adquirida na Escócia, tendo sido utilizada num serviço direto de ligação a portos da região nordeste do Brasil. Pelo que se depreende das notícias acima publicadas, com referência ao sinistro, sugerem as mesmas que o naufrágio possa ter ocorrido no dia 19 de Junho de 1900. Só é de lamentar a omissão do motivo, que conduziu à perda total do navio.

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