sábado, 12 de maio de 2012

A arqueação de navios


O sistema “Moorsom”

A arqueação é a medida do volume interno de uma embarcação. A arqueação de cada navio compreende a arqueação bruta e a arqueação liquida. Actualmente, as medidas de arqueação internacionalmente em vigor consistem em valores dimensionais obtidos por formulas de cálculo onde entram os volumes expressos em metros cúbicos, o número de passageiros, o pontal e a imersão de cada navio.
A antiga arqueação - segundo o Sistema Moorsom, que vigorou até 1994 - era medida em toneladas de arqueação (equivalentes a 100 pés cúbicos ou 2,83 metros cúbicos), sendo por isso também referida frequentemente como "tonelagem de arqueação" ou simplesmente "tonelagem". A utilização do termo "tonelagem" para designar a nova arqueação é tecnicamente incorrecta.
Como é referida frequentemente como "tonelagem" (termo normalmente associado à tonelada de massa), a arqueação é muitas vezes confundida com uma medida de massa ou de peso. O termo refere-se contudo ao tonel, uma antiga unidade de medida de volume. Assim, tanto a arqueação antiga como a actual são exclusivamente medidas de volume. A massa e o peso dos navios são expressos por deslocamento e pelo porte.
(Wikipedia)

Conforme se refere acima, também as novas normas definidas relativamente ao sistema “Moorsom”, foram estudadas por uma comissão nomeada pelo governo português, durante o ano de 1876, com a prorrogativa de apresentar sugestões alternativas para serem utilizadas no país. Todavia, de acordo com a notícia que abaixo se transcreve, a aceitação das normas a nível internacional, foram seguramente a alavanca que viria a servir de base à homologação da lei, que acto contínuo passou a vigorar em Portugal.

Foi nomeada em tempos uma comissão composta pelos srs.: presidente, conselheiro Palmeiro Pinto; major de artilharia, Venancio Costa; capitão-tenente, J.J. de Almeida; engenheiro naval, Cassiano Marques; chefe de serviço da alfândega de Lisboa, Nuno Porto; agente consular, Hucthins e relator secretário, Schiappa de Azevedo, chefe da repartição de minas.
Esta comissão fora encarregada de examinar a legislação pátria e estrangeira sobre arqueação e medição de embarcações e propor um novo sistema de serviço. A comissão entregou ontem os seus trabalhos, que serão decerto aproveitados. A sua opinião é que seja adotado o sistema inglês “Moorson”, com a modificação de referir a capacidade dos navios em unidades equivalentes ao sistema métrico decimal. Deste modo a arqueação será feita por um processo geométrico, pelo qual se calculará com rigor matemático o volume inteiro de qualquer navio.
Entre o método actualmente empregado e o que vai ser adotado, não há que hesitar, sendo a preferência pelo segundo. Parece que ao método em uso se deve em grande parte certo número de naufrágios, pois que os construtores viciam a forma dos navios, com o intuito fraudulento de acrescentar carga sem aumento proporcional de direitos. Parece que a respeito desta circunstância mais de uma vez houvera reclamações. O novo método proposto está adotado com mais ou menos modificações de pouca importância nas principais nações marítimas.
(In jornal “Comércio do Porto”, de 28 de Dezembro de 1876)

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